O GP de Singapura de F1, realizado no desafiante Circuito de Marina Bay, cumpriu o seu papel de teste de resistência, mas não de emoção. Pelo meio desta “procissão caótica” retiraram-se 5 conclusões do GP de Singapura de F1. Umas enigmáticas outras simples contestações.
George Russell foi dominante em Marina Bay, mas a falta de ação levanta, mais uma vez, sérias dúvidas sobre o futuro do GP de Singapura de F1, 2026, em formato Sprint Race. O pódio foi completado por Max Verstappen (Red Bull) e Lando Norris (McLaren). Porém, foi possível retirar 5 conclusões interessantes (ou no mínimo estranhas).
1. McLaren é Campeã do Mundo, Apesar de Si Própria
A McLaren selou no GP de Singapura de F1 o seu segundo título consecutivo no Mundial de Construtores, um feito que consolida a equipa como detentora do melhor monolugar da Fórmula 1 desde meados da época passada. No entanto, o campeonato foi conquistado de forma nada tranquila — a equipa papaia apesar de parecer ter vantagem suficiente sobre a concorrência, continua a cometer erros básicos, como a segunda paragem nas boxes lenta (desta vez a fava calhou a Piastri, sem que a equipa pedisse troca de posições, quem não se lembra) e que já começa a parecer um meme.
Champions of the World 🏆🧡 @McLarenF1 #F1 #SingaporeGP pic.twitter.com/B84eh9x9X5
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A somar a isto, os dois principais candidatos ao título, os seus pilotos, portanto, aparentam ser uma autêntica bomba relógio, em contagem decrescente e a poucos segundos de explodirem. Se dúvidas existissem sobre isto, e depois do toque acidental logo no início do GP de Singapura de F1, o alegado desligar do microfone enquanto Zach Brown falava a Piastri, parece dissipá-las. A consistência do carro compensa a inconstância da performance nas boxes e nas relações internas. Até onde vai este “vulcão” conseguir aguentar a erupçao? Não sabemos! E até quando vamos esperar que a McLaren se decida sobre quem é o principal piloto? Também não sabemos.
For the second year in a row, McLaren are our Constructors' Champions!
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Last time that happened? 1990 and 1991 ⏪
Legacy.#F1 pic.twitter.com/GkGUgNZSiV
2. Ninguém, nem a própria, entende a Mercedes
A vitória de George Russell expôs mais uma vez o enigma da Mercedes. Conhecida por ter um carro (o W16) que historicamente prefere locais mais frios, a equipa surgiu em Singapura – uma das etapas mais quentes e húmidas do calendário, onde pela primeira vez, inclusive, na história da F1 foi lançado um alerta extremo de calor – com um desempenho “absurdo”.
“Made up for two years ago” 😮💨
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George Russell absolutely dominates in Singapore! 🔥#F1 #SingaporeGP pic.twitter.com/pq6lBkNos6
Russell, que teve dificuldades no início do fim de semana, brilhou na Qualificação e disparou na corrida do GP de Singapura de F1, vencendo sem sequer ter sido ameaçado e onde há terceira volta já levava praticamente 2s de diferença para Verstappen. O mais surpreendente, ainda assim, foi louvável a honestidade do próprio piloto no pós-corrida, ao afirmar que ninguém na Mercedes fazia ideia de como o carro se comportou tão bem. Esta oscilação de desempenho, que marca a era do novo regulamento técnico (introduzido em 2022), deixa claro que a Mercedes precisa urgentemente de compreender o seu equipamento, isto claro, se quiser lutar pelo título em 2026.
George gives his team a surprise early champagne shower at the team photo 😅🍾#F1 #SingaporeGP pic.twitter.com/gzmAPlLD5m
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3. Verstappen é a pimenta que faltava na luta da McLaren
A briga pelo título, que tem sido desnecessariamente morna devido à excessiva cautela e cooperação entre Norris e Piastri, precisava de um fator de pressão externa. Esse factor chama-se Max Verstappen, que teve um desempenho forte no GP de Singapura de F1, em Marina Bay, que apesar das dificuldades evidenciadas durante a prova, conseguiu permanecer sempre no controlo da corrida. A presença do tetracampeão mundial no retrovisor dos principais concorrentes ao título, aumenta a dificuldade, trás alguma energia e ritmo, fatores que tanto têm faltado a esta temporada.
Max continues to chip away in the Standings! 😮💨👀#F1 #SingaporeGP pic.twitter.com/MoGcNXsroB
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O toque de Norris em Piastri na largada e a recusa de Norris em abdicar de um pit stop prioritário para proteger o colega (permitindo que Piastri cobrisse Leclerc) são sinais de que a urgência imposta por Verstappen está a mudar a dinâmica da McLaren. O holandês, mesmo com um carro inferior, está a forçar a dupla inglesa a competir entre si de forma mais acentuada, algo que até agora tem sido, convenhamos, lidado de forma demasiado “fofinha” pela McLaren. E às vezes é mesmo preciso alguma pimenta para puxar o tempero e a degustação ser ainda melhor.
Max continues to chip away in the Standings! 😮💨👀#F1 #SingaporeGP pic.twitter.com/MoGcNXsroB
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4. Alonso é a prova viva de talento desperdiçado
Fernando Alonso protagonizou uma corrida de arrepiar. Saiu do 10.º lugar, escalou o pelotão e, mesmo com um pit-stop desastroso de 9 segundos, recuperou terreno até alcançar o 7.º lugar após punições a Hamilton. O seu desempenho reforça a velha máxima: se tiver um carro competitivo, Alonso é sempre candidato. Durante o GP de Singapura de F1, mostrou leitura de pista, consistência e capacidade de ultrapassagem — num aviso claro às equipas: subestimá-lo é um erro. Tudo isto, faz com que seja inevitável levantar a questão: o que faria e até onde seria capaz de ir Alonso com um carro de topo?
Always one to watch! 🙌
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The @salesforce Driver of the Day from Singapore is none other than Fernando Alonso 👏#F1 #SingaporeGP pic.twitter.com/wZS5tBYz4q
5. O Sprint Race em Singapura Faz Cada Vez Menos Sentido
Por fim, constatar o óbvio, é certo! Apesar dos momentos de tensão na largada e da performance de Alonso, o GP de Singapura de F1 foi, na sua essência, uma procissão noturna de carros potentes, mas sem espaço para os “cavalos” correrem. No meio de estratégias super, hiper, mega calculadas ao milésimo de segundo, a verdade é que a grande maioria dos grandes prémios da presente temporada não tem qualquer ação ou improviso, exceto quando há entradas de safety car, que nem isso, ontem se viu. A vitória de Russell foi decidida na pole de sábado e as disputas de posição foram escassas.
Here's how the race start panned out! ▶️👀#F1 #SingaporeGP pic.twitter.com/LNtqGzwSML
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Por isso, a notícia de que o calendário de 2026 incluirá uma corrida Sprint em Singapura levanta sérias críticas. Tendo em conta que a etapa não gerou grandes momentos de emoção na corrida principal, a ideia de adicionar uma segunda corrida num traçado onde as ultrapassagens são quase impossíveis é vista como um castigo para os pilotos e para os fãs, e um mau presságio para o formato Sprint. O único “espetáculo” neste circuito é, ironicamente, a largada.
One championship down. One to go 🏆#F1 #SingaporeGP pic.twitter.com/MvAqDvYMvn
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A imprevisibilidade que é comum num circuito como o de Marina Bay, não apareceu, porém, o panorama da atual temporada está longe de ser previsível. Com a Mercedes a ressurgir (inexplicavelmente) das cinzas, com a McLaren a dominar nos tropeços dos nos detalhes, com a McLaren aparentemente incapaz de se definir com os seus pilotos, Verstappen, quem mais, surge sim a pressionar e a forçar o erro do adversário.
Title wrapped up with six rounds still to go 😮💨
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McLaren's dominant 2025 season sees them take the title with the joint most amount of races left EVER#F1 pic.twitter.com/1WhRtdGIgw
Quanto a Alonso, confirma-se o ditado, a idade não é posto, mas a idade faz dele um piloto que impõe respeito! E por falar em respeito, talvez seja melhor a FIA e os responsáveis da F1 começarem a demonstrar mais algum respeito pelos pilotos, fãs e todos os envolvidos e, tal como eles, começarem a questionar-se sobre o modelo sprint que pretendem e, principalmente, as pistas em que o querem aplicar. Uma coisa é certa, o GP de Singapura de F1 foi mais um episódio de uma jornada que a passos rápidos caminha para o fim e para quem gosta de enredos, vilões, heróis e reviravoltas, tudo indica que ainda estamos apenas no começo.











