Fãs encarnados viram vistos recusados sem explicação e perdem centenas de euros em voos e bilhetes
Dois adeptos do Sport Lisboa e Benfica que planeavam assistir ao vivo à estreia dos encarnados no Mundial de Clubes, frente ao Boca Juniors, foram impedidos de entrar nos Estados Unidos da América após o indeferimento do pedido de visto. A partida terá lugar no Hard Rock Stadium, em Miami, no próximo dia 16 de junho, mas para os adeptos em causa será acompanhada à distância — e com sentimento de frustração.
Fábio Vasques, um dos benfiquistas afetados, relata ao Jornal de Notícias o processo frustrado de tentativa de entrada no país: “Preenchi um primeiro documento há três semanas e a autorização veio negativa, sem que fossem dadas explicações para tal. Repeti o formulário e o cenário foi o mesmo.” Proprietário de um restaurante em Arruda dos Vinhos, tinha tudo planeado: viagem marcada, bilhete garantido para o jogo e alojamento assegurado em casa de um amigo português residente em Miami.
Prejuízo direto de mais de 900 euros
O prejuízo pessoal de Fábio Vasques é significativo. “Perdi o valor dos voos, 820 euros ida e volta (Lisboa-Madrid-Miami e Miami-Madrid-Lisboa), e o do bilhete para o jogo, que custou 150 dólares (129 euros)”, explicou. Ainda pondera acionar o seguro de viagem para recuperar parte dos valores perdidos.
Outro membro da pequena comitiva viu igualmente recusado o pedido de entrada, preferindo manter o anonimato. Já os restantes dois elementos do grupo não enfrentaram qualquer entrave e irão assistir ao encontro entre Benfica e Boca Juniors sem problemas.
Vistos recusados sem explicação
A entrada nos Estados Unidos para fins turísticos requer o preenchimento do Electronic System for Travel Authorization (ESTA), um sistema eletrónico obrigatório para cidadãos de países ao abrigo do programa de isenção de visto, como Portugal. O formulário solicita dados pessoais, motivo da viagem e contactos no território americano, entre outros. Apesar de habitualmente célere — a resposta é emitida num prazo máximo de 72 horas —, os pedidos de Fábio Vasques foram ambos recusados sem justificação oficial.
Segundo o advogado luso-americano Nélson Tereso, esta situação é reflexo do endurecimento das políticas migratórias norte-americanas: “Desde a entrada em vigor das leis de imigração impostas por Donald Trump que as regras de entrada no país se tornaram mais rigorosas. Dantes, eram raras as recusas de entrada de portugueses nos EUA.”
Uma estreia para ver… no sofá
Desapontado, Fábio Vasques prepara-se agora para acompanhar a estreia do Benfica no Mundial de Clubes pela televisão. “Resta-me, pelo menos, tentar reaver o dinheiro das passagens de avião através do seguro de viagem”, lamenta.
Esta situação ocorre numa altura em que o Benfica se prepara para defrontar um dos históricos do futebol sul-americano, numa competição que promete marcar o calendário internacional deste verão.