Ex-técnico da equipa B portista perspectiva: “vejo o Rodrigo Mora nos melhores campeonatos europeus”
O golo marcado por Rodrigo Mora na vitória do FC Porto sobre o AFS SAD (2-0), na última jornada da Liga, permitiu-lhe igualar os quatro tentos que havia registado na época anterior pela equipa B. A diferença? Desta vez, fê-lo em menos jogos: 24 na equipa principal, contra os 28 disputados no segundo escalão em 2023/24.
Este crescimento não surpreende António Folha, técnico que conhece bem o jovem talento. Foi ele quem o lançou na Liga 2 há pouco mais de dois anos e, agora, observa a sua afirmação sem espanto.
“Não é surpresa nenhuma para mim. Sabendo o caráter e a personalidade que tem, está apenas a agarrar as oportunidades. Tal como já tinha agarrado na equipa B, quando o lançámos. A qualidade dele agora está à vista de todos, devido ao natural mediatismo que tem a equipa principal, mas a verdade é que esse potencial esteve sempre lá, razão pela qual eu o chamei dos sub-17 para a equipa B”, afirmou Folha.
O antigo internacional português destacou ainda a capacidade de adaptação do jovem criativo. “Ele tem uma inteligência incrível e define quase sempre bem. Já naquela altura fazia o que os outros não conseguiam fazer, pelo que foi apenas uma questão de adaptá-lo ao contexto de Liga 2 para extrair o melhor do Rodrigo. Colmatou rapidamente algumas lacunas inerentes ao novo patamar competitivo, adaptou-se com uma facilidade tremenda e fez naturalmente o seu caminho até estar onde está hoje”, analisou.
Com apenas 17 anos, Rodrigo Mora tem números interessantes esta época: 24 partidas, quatro golos e três assistências. E Folha acredita que este é apenas o início de um trajeto brilhante. “Com todo o respeito pelo FC Porto e pela Liga portuguesa, vejo o Rodrigo Mora nos melhores campeonatos europeus e na Seleção A. Aliás, não foi por acaso que o atual selecionador já falou nisso. Se as coisas correrem naturalmente, com o crescimento a continuar a ser sustentado como tem sido e sem que o rotulem como um dos melhores do mundo, penso que o Rodrigo chegará a patamares de excelência no futuro”, perspectivou o técnico.
Do ponto de vista estratégico, Folha também revelou onde o jovem médio pode ser mais eficaz em campo. “Como número 10. Também pode ser interior, de facto, ou jogar pelos corredores para depois ir para dentro e explorar terrenos interiores, mas é pelo meio, no último terço, que pode vir a ser ainda melhor. Tem visão de jogo, posiciona-se bem entrelinhas, tem uma qualidade de passe muito acima da média e tem golo”, explicou.
Para o ex-treinador do FC Porto B, Mora é um jogador especial. “É claramente diferente. O Rodrigo é daqueles jogadores que qualquer treinador gosta de ter porque joga sempre bem”, finalizou.