Ciclista português diz: “acho que mostrei do que sou capaz…”
O Campeonato Europeu de estrada que decorreu na Bélgica ligou Zolder e Hasselt num percurso de 222,2 quilómetros.
O belga Tim Merlier conquistou, este domingo, o título de campeão da Europa de ciclismo de estrada, após uma intensa prova que terminou com um sprint decisivo. A corrida, que marcou o desfecho dos Europeus, contou também com a participação do campeão olímpico português Rui Oliveira, que enfrentou dificuldades mecânicas.
Depois de ter resolvido um contratempo técnico, Merlier conseguiu recuperar a sua posição na frente da corrida, aproveitando a vantagem aerodinâmica ao seguir atrás de um carro de apoio. No sprint final, o belga não deu hipótese aos adversários e cruzou a meta em primeiro lugar.
A Bélgica esteve em grande destaque, com Jasper Philipsen a terminar em quarto lugar. A medalha de prata foi para o neerlandês Olav Kooij, enquanto o estónio Madis Mikhels surpreendeu ao garantir o terceiro lugar do pódio.
Para a seleção portuguesa, o dia ficou marcado pelo infortúnio de Rui Oliveira. O ciclista, que se sagrou recentemente campeão olímpico de madison em pista, sofreu uma avaria na corrente no momento decisivo do sprint, o que o impediu de disputar os lugares cimeiros. Rui Oliveira terminou na 36.ª posição, a 10 segundos do vencedor. O seu irmão, Ivo Oliveira, foi um dos animadores da corrida, integrando uma das fugas mais importantes, mas acabaria por ser apanhado já no circuito de Limburgo e, tal como muitos outros ciclistas, não terminou a prova.
O campeão do Mundo, o neerlandês Mathieu van der Poel, tentou movimentar a corrida com vários ataques, um dos quais contou com a participação de Rui Oliveira. No entanto, a Bélgica e a Itália mantiveram o pelotão sob controlo, neutralizando todas as tentativas de fuga e garantindo que a corrida seria decidida ao sprint. Merlier, de 31 anos, alcançou assim a sua 48.ª vitória como profissional, sendo esta a 14.ª da presente temporada.
Rui Oliveira, claramente desiludido com o desenrolar da prova, explicou que o problema mecânico foi causado por um toque de Olav Kooij, quando se preparava para o sprint final, pois sentia-se “confiante, com boas pernas”, afirmou o ciclista português, em declarações à Federação Portuguesa de Ciclismo. “Acho que mostrei do que sou capaz, e tenho plena confiança de que posso fazer um resultado muito grande na estrada. Vou continuar a lutar por isso”.
Nas provas anteriores, a participação portuguesa também passou por momentos difíceis. Na corrida feminina de juniores, Raquel Dias foi a melhor representante lusa, terminando na 34.ª posição, a 28 segundos da vencedora, Puck Langenbarg, dos Países Baixos. Maria Constança Marques terminou em 57.º lugar, enquanto Daniela Simão não conseguiu concluir a prova.