Depois de Luisão, Lourenço Pereira Coelho também está de saída. Chegada de um novo elemento era bem-vinda
Em pleno período de mercado de transferências, onde as atenções se centram na entrada e saída de jogadores e treinadores, o Benfica equaciona alterações que vão além do reforço do plantel principal.
Rui Costa, presidente das águias, está a ponderar possíveis ajustes na estrutura do futebol profissional. Estes poderão passar pela contratação de um novo elemento para a equipa dirigente ou, em alternativa, por uma reorganização interna, semelhante à que ocorreu no início do último mandato de Luís Filipe Vieira, interrompido em 2021 após a sua detenção.
Na altura, tal como agora, o clube da Luz vinha de uma época sem títulos — perdeu o campeonato de 2019/2020 — e Tiago Pinto, então diretor-geral para o futebol, deixava o Benfica para assumir funções na Roma. Vieira respondeu com alterações internas, incluindo a reconfiguração das funções de Duarte Beirolas, diretor de operações, que passou a estar mais próximo do plantel.
A época que agora chegou ao fim foi marcada por uma reta final exigente, com momentos decisivos em várias competições, e evidenciou a necessidade de reforçar a presença diária junto da equipa, liderada por Bruno Lage. Um elemento com funções transversais, que acompanhe o grupo de trabalho de forma constante, seria bem-vindo por jogadores e equipa técnica, especialmente num contexto em que a estrutura se encontra mais frágil e reduzida.
Durante a era Schmidt, o treinador alemão contou com o apoio constante de Lourenço Pereira Coelho, administrador com responsabilidade sobre o futebol profissional, e teve ainda a colaboração pontual de Luisão, que desempenhou funções como diretor técnico e de performance.
Lourenço, figura de destaque na chegada de Roger Schmidt à Luz, saiu da administração da SAD em setembro de 2024, coincidindo com o despedimento do técnico alemão, para assumir a direção-geral do futebol. Ainda assim, tem-se mantido alguma incerteza quanto ao seu futuro, com o seu nome já a ser apontado a possíveis funções na Federação Portuguesa de Futebol.
Quanto a Luisão, é certo que se desvinculou do clube e não chegou a trabalhar diretamente com Bruno Lage, embora o seu gabinete continue instalado próximo da zona técnica no Seixal. A posição que ocupava nunca foi preenchida, deixando uma vaga em aberto.
Neste cenário, o Benfica está em condições de acolher uma nova figura na estrutura, que garanta um acompanhamento contínuo da equipa principal. A SAD pode optar por uma contratação externa ou por promover alterações internas, um tema que deverá ser debatido entre Rui Costa e Bruno Lage no arranque da nova temporada.
O treinador Bruno Lage pretende mudanças de fundo na estrutura. Para além de querer participar ativamente na escolha de reforços — uma vez que herdou um plantel construído por Schmidt — Lage também espera melhorias a nível contratual e organizacional.
Com eleições no horizonte e a pressão crescente para apresentar resultados imediatos, a direção liderada por Rui Costa sabe que cada decisão terá de ser tomada com extrema cautela, seja ela dentro das quatro linhas ou nos bastidores do clube.
Arranque a dia 14
O Benfica foi afastado do Mundial de Clubes no passado dia 28 de junho, após uma derrota pesada diante do Chelsea por 4-1, após prolongamento. A viagem de regresso a Lisboa serviu como momento de reflexão, com oportunidade para se discutirem questões relacionadas com o desempenho da equipa, tanto no passado recente como na atualidade.
Rui Costa, presidente do clube da Luz, ainda não dispunha, na altura, do habitual relatório técnico de encerramento da temporada, documento que deverá, entretanto, ter chegado às suas mãos, uma vez que voltou a reunir-se com o treinador Bruno Lage, no centro de estágios do Seixal.
O arranque oficial dos trabalhos está agendado para o dia 14 de julho, mas os preparativos para a nova temporada já decorrem nos bastidores, mesmo numa fase em que muitos elementos do plantel e da estrutura técnica se encontram de férias. A planificação está a ser levada a cabo com rigor e ao mais alto nível.
No que diz respeito ao mercado de transferências, Rui Pedro Braz, diretor desportivo dos encarnados, encontra-se a tratar dos dossiês relacionados com entradas e saídas no plantel, contribuindo para que o Benfica possa atacar a nova época com ambição reforçada.