Técnico encarnado pede “agressividade” para a próxima época
Após a eliminação do Benfica nos oitavos de final do Mundial de Clubes às mãos do Chelsea, Bruno Lage avaliou o desempenho da equipa encarnada na competição. O treinador destacou o mérito de ter alcançado esta fase da prova e sublinhou a exigência do adversário.
“Chegámos aos oitavos de final do Mundial, com uma boa prestação. Acho que cumprimos o nosso objetivo na primeira parte, que era seguir em frente. Hoje tínhamos um adversário muito difícil. O quarto classificado da Premier League, um adversário que ganhou uma competição europeia e que tem jogadores muito fortes e com uma enorme qualidade. Tentámos lutar com as nossas armas”, comentou Lage.
O técnico dos encarnados aproveitou também para fazer uma análise mais ampla da época desportiva do clube da Luz: “Olho para este Mundial e olho também para o que fizemos ao longo da época. Oitavos de final do Mundial, da Liga dos Campeões, perdemos a Taça de Portugal da forma como todos sabem, disputámos o campeonato até à última jornada e vencemos a Taça da Liga. Em termos monetários também é algo que enquanto equipa técnica e estrutura temos de repensar, porque é realmente um valor muito grande para o clube. Em 95 por cento dos clubes era um trabalho razoável, mas para o Benfica faltou claramente aquele que é o objetivo principal, que é vencer o campeonato”, reconheceu.
Bruno Lage sublinhou que, apesar das críticas, há trabalho feito que merece ser valorizado, mas admite que mudanças são necessárias: “Nem tudo o que foi feito está errado. E, projetando já a próxima época, há coisas que têm de mudar. Umas de forma radical, outras para melhorar a nossa qualidade de jogo”, afirmou.
Questionado sobre o que precisa de ser transformado radicalmente, o treinador manteve a reserva, mas deixou pistas: “Isso é algo nosso. Mas uma coisa que já partilhei e ainda hoje foi notório, é que há uma agressividade da nossa parte que não é natural da nossa parte e que temos de colocar mais nos nossos jogos. Sermos agressivos, parar transições com faltas e ter mais o lado de experiência”.
Sobre a expulsão de Gianluca Prestianni frente ao Chelsea, Lage deixou críticas à arbitragem: “Houve um jogador adversário que fez quatro ou cinco faltas, não levou cartão amarelo e conseguiu por várias razões meter o Prestianni na rua (…) No início do prolongamento com a expulsão logo no primeiro minuto ficou mais difícil pela forma como o jogo decorreu, pelo horário e pela paragem prolongada. Mas mesmo a jogar com dez tivemos três ou quatro transições com perigo. Não conseguimos marcar, mas a partir do momento em que o Chelsea faz o golo ficou tudo mais difícil”.
Por fim, Bruno Lage abordou a curta pausa para descanso antes da preparação da próxima época, deixando clara a necessidade de adaptação: “Não há bocadinho nenhum, porque no mínimo temos de dar 15 dias a estes jogadores para conseguirem recuperar e depois vamos ter duas semanas e meia para preparar a Supertaça. O normal é fazer no mínimo quatro a cinco semanas [de pré-época] e isto já não é normal. Temos de ter capacidade para nos reinventarmos e perceber que este é um momento da época que é muito importante com a Supertaça, as eliminatórias da Liga dos Campeões e o início do campeonato. O Benfica tem de entrar a todo o gás nesse sentido”