Kicker revelou excertos do conteúdo dessa carta
No início de junho, surgiram as primeiras notícias sobre a possível transferência de Cardoso Varela para o Barcelona. Face a esses relatos, André Villas-Boas, presidente do FC Porto, decidiu agir, enviando cartas formais ao presidente do clube catalão, Joan Laporta, e também à Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF).
O líder dos dragões procurava esclarecer a veracidade das informações que começaram a circular com insistência, deixando transparecer o descontentamento crescente dentro da estrutura portista.
Este sábado, a revista alemã Kicker revelou excertos do conteúdo dessas comunicações. Numa das passagens pode ler-se: “Tudo aponta para um caso de tráfico de pessoas e exploração abusiva de um jovem atleta de origem desfavorecida – para benefício exclusivo de terceiros com interesse lucrativo”.
O FC Porto admite há já algum tempo suspeitar que o destino final de Cardoso Varela seria o emblema catalão, em parte devido à ligação evidente entre o agente Andy Bara e o Barcelona. Situações semelhantes ocorreram anteriormente com jogadores como Dani Olmo e Mika Faye, que também passaram por clubes croatas em idades precoces antes de se juntarem aos blaugrana.
Na missiva, os dragões recordam contactos prévios estabelecidos com o Barcelona, clube cujo diretor desportivo atual é Deco, ex-jogador do FC Porto. “A resposta que recebemos foi positiva: asseguraram-nos que o seu clube também defende firmemente a integridade do desporto e luta contra abusos no futebol. Asseguraram-nos que nenhum jogador seria aceite em situação idêntica à de Cardoso Varela — especialmente quando intermediários questionáveis ??estivessem envolvidos. Confiamos nessa declaração, com base na relação próxima de décadas entre nossos clubes, que valorizamos muito”, acrescenta Villas-Boas na carta.
O dirigente portista termina com um apelo à responsabilidade: “Estou convencido de que o FC Barcelona está totalmente comprometido em combater práticas obscuras no futebol e tomará todas as medidas necessárias para garantir que este caso não se junte aos tristes exemplos de degradação da integridade desportiva”.