Sofiane Sehili tentava atravessar a Eurásia de bicicleta quando foi detido na região de Primorie. Tribunal russo decidiu libertá-lo e perdoar a multa.
O ciclista francês Sofiane Sehili foi libertado esta quinta-feira por um tribunal de Primorie, no extremo oriente da Rússia, depois de ter sido detido durante cerca de um mês e meio por cruzar ilegalmente a fronteira do país. O atleta de 44 anos, conhecido pelas suas travessias de longa distância, foi também perdoado de uma multa de 50 mil rublos (cerca de 570 euros), segundo revelou a agência estatal russa RIA Nóvosti.
“Sinto-me muito aliviado”
“Sinto-me muito aliviado com a sentença. E feliz por o tribunal ter tomado uma decisão que considero muito justa”, afirmou Sehili, citado pela mesma fonte, após ouvir o veredito do Tribunal de Distrito de Pogranichni, que o considerou culpado de entrada ilegal em território russo, mas decidiu não aplicar a sanção financeira.
O ciclista foi detido entre 4 de setembro e 20 de outubro, depois de tentar cruzar uma zona fronteiriça entre a Rússia e a China, na região de Primorie, à beira do Mar do Japão.
Uma tentativa de recorde interrompida
A aventura de Sofiane Sehili começou em Cabo da Roca, em Portugal, com destino final em Vladivostok, cidade portuária russa a cerca de 150 quilómetros da fronteira chinesa, onde acabou detido. O francês tentava estabelecer um novo recorde mundial, atravessando o continente eurasiático de bicicleta no menor tempo possível.
Segundo as autoridades locais, o ciclista possuía visto eletrónico válido, mas foi-lhe negada a passagem oficial por um posto fronteiriço entre a Rússia e a China. Determinado a concluir o percurso, optou por atravessar ilegalmente a floresta, o que acabou por conduzir à sua detenção.
17 países e 17 mil quilómetros
Durante mais de 60 dias de viagem, Sehili atravessou 17 países e percorreu cerca de 17 mil quilómetros. Já tinha entrado na Rússia anteriormente, vindo da Geórgia, antes de seguir por Cazaquistão, Mongólia e outras regiões da Ásia Central, numa expedição que atraiu a atenção da comunidade internacional de cicloturismo.
A decisão do tribunal russo encerra um caso que gerou preocupação diplomática e destaque mediático, mas termina de forma pacífica para o atleta. Sofiane Sehili regressará agora à Europa, com uma história improvável que junta aventura, resistência e uma travessia que quase se transformou em pesadelo.







