Candidato da lista B dá prioridade à “filosofia desportiva” e à reorganização do plano económico
O candidato à presidência do FC Porto, André Villas-Boas, revelou o seu manifesto eleitoral, que propõe a introdução de um novo paradigma abrangendo desde a formação até à equipa principal de futebol.
Segundo o programa eleitoral da lista B, ao qual a Lusa teve acesso, esta é a primeira de cinco metas estratégicas delineadas pelo candidato, cuja “prioridade absoluta” será a “filosofia desportiva do clube”.
A estrutura de futebol idealizada por Villas-Boas será liderada por um diretor desportivo, cujo nome será anunciado na quinta-feira. Este terá sob sua responsabilidade diretores para as áreas do futebol profissional, formação, prospeção, performance e futebol feminino, interligados num modelo capaz de “refletir a complexidade e multidimensionalidade do futebol atual e, ao mesmo tempo, frisar a importância de ter pessoas certas nos lugares certos em cada momento”.
Apesar de nem todos os nomes serem conhecidos, o programa propõe Pedro Silva para liderar um gabinete de performance abrangente a todos os escalões.
Villas-Boas tem como objetivo um clube com infraestruturas renovadas e que sustente a sua valorização na formação em todas as modalidades, pretendendo criar equipas sub-17, sub-19 e sénior de futebol feminino. Além disso, a lista “Só um Porto” pretende explorar a possibilidade de reintegrar o atletismo e o voleibol masculino, bem como as respetivas camadas jovens.
O terceiro pilar da visão de André Villas-Boas assenta numa marca forte e valorizada no mercado entre 2026 e 2028, baseada em participações consistentes nas principais competições internacionais e suportada por boas práticas de governança corporativa.
Uma comissão de ética não executiva, um código de conduta aplicável a toda a estrutura do Grupo FC Porto e um portal da transparência são algumas das propostas da lista B, que visa fortalecer as relações do clube com os reguladores nacionais e internacionais do futebol.
Outra prioridade de Villas-Boas é a reorganização económico-financeira, a ser consolidada entre 2028 e 2032, “sendo essencial encontrar novas fontes de receitas, reduzir custos operacionais e iniciar uma trajetória de redução da dívida” por forma a diminuir a dependência das verbas da UEFA e equilibrar as contas, sem comprometer o sucesso desportivo.
Para alcançar este objetivo, a lista B pretende adotar uma gestão rigorosa, otimizar os proveitos operacionais e valorizar ativos através de resultados. A prioridade será dada ao encurtamento do passivo, resultante da “renegociação de prazos e serviço da dívida”, de forma a garantir a manutenção do atual modelo de propriedade do FC Porto.
“O programa não é apenas uma estratégia para vencer estas eleições. É uma visão, um compromisso e, acima de tudo, a personificação da paixão que nós partilhamos pelo FC Porto, aliada à exigência e responsabilidade inerentes à presidência do clube”, garantiu o candidato da lista B.
As eleições dos órgãos sociais do FC Porto para o quadriénio 2024-2028 contam com a disputa entre Pinto da Costa (lista A), André Villas-Boas (B) e Nuno Lobo (C), incluindo ainda uma lista independente ao Conselho Superior liderada por Miguel Brás da Cunha (D).
O ato eleitoral decorrerá em 27 de abril, entre as 09h00 e as 20h00, no Estádio do Dragão, no Porto.