Prova será disputa integralmente em território francês e vai contar com 3.320 quilómetros
A edição de 2025 da Volta a França em bicicleta, cujo percurso foi revelado esta terça-feira em Paris, será disputada integralmente em território francês, incluindo passagens icónicas como o Mont Ventoux, o col de la Loze e as Superbagnères.
Depois de cinco anos de edições com etapas fora de França, o Tour de 2025 vai desenrolar-se exclusivamente em estradas francesas, com início a 5 de julho em Lille. O percurso desta “Grande Boucle” terá dois contrarrelógios individuais, um dos quais em montanha, sete chegadas em altitude e encerrará nos Campos Elísios, após uma etapa mais longa do que o habitual em Paris.
Após três largadas consecutivas fora do país – em Copenhaga, Bilbau e Florença –, o Tour regressa a um percurso totalmente francês antes de partir de Barcelona em 2026. Além disso, após o inédito final em Nice de 2024, devido aos Jogos Olímpicos de Paris, o pelotão enfrentará 3.320 quilómetros ao longo de três semanas, culminando a 27 de julho.
“Não há um milímetro fora das nossas fronteiras. Alguns dirão: 100% francês, não deveria ser sempre assim?”, comentou o diretor do Tour, Christian Prudhomme, referindo-se ao impacto positivo das largadas no estrangeiro para a promoção da corrida fora de França.
O regresso aos Campos Elísios já estava previsto, assim como a partida em Lille, mas a última etapa poderá incorporar partes do percurso da prova olímpica de fundo, com a possibilidade de incluir uma subida ao Montmartre.
O primeiro contrarrelógio, plano e com 33 quilómetros, terá lugar em Caen, na quinta etapa, servindo como um teste inicial, dois dias antes da chegada ao Mûr-de-Bretagne. Depois, o Tour segue para o Puy-de-Dôme e os Pirenéus.
Nos Pirenéus, onde o esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates) tentará conquistar o seu quarto título, espera-se que enfrente o dinamarquês Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike) num contrarrelógio de montanha na 13.ª etapa, entre Loudenvielle e Peyragudes, com uma subida de 11 quilómetros.
No dia seguinte, a rota torna-se ainda mais exigente, com a primeira chegada a Luchon Superbagnères desde 1989, após a passagem pelo Tourmalet, Aspin e Peyresourde.
O Tour ruma então aos Alpes, onde a terceira e última semana começa com a chegada ao icónico Mont Ventoux, um regresso aguardado desde 2013, após a chegada ter sido cancelada em 2016 devido ao vento forte.
A etapa rainha está marcada para 24 de julho, com uma tirada de 171 quilómetros desde Vif, passando pelo col du Glandon, de la Madeleine e culminando no col de la Loze, com um total de 5.500 metros de desnível acumulado, seguida de uma nova etapa entre Albertville e La Plagne, que não fazia parte do percurso desde 2002, quando Lance Armstrong venceu.
“As etapas de montanha são realmente muito difíceis e isso vai ser compensado com alguns dias planos”, explicou Thierry Gouvenou, responsável pelo traçado do Tour.
Já sobre um possível vencedor da prova, Gouvenou foi claro: “Nunca nenhum ciclista mediano ganhou o Tour. Neste momento, o Pogacar está acima dos demais. Ele destacar-se-ia em qualquer terreno e acho que assim fará no próximo ano, com a esperança de que Vingegaard volta ao seu melhor nível”.
O Tour 2025 cobrirá um total de 3.320 quilómetros, com sete chegadas em altitude, travessias pelo Maciço Central, Pirenéus e Alpes, dois contrarrelógios – um deles em altitude – e uma série de pequenas subidas para evitar longas etapas planas.
“Não é que não queiramos que os sprinters vençam, mas queremos que as suas equipas trabalhem, que as etapas não estejam escritas por antecipação”, frisou Prudhomme, lamentando o aborrecimento de várias etapas da última edição.
O Tour de 2025 irá também homenagear grandes figuras do ciclismo francês, como Jacques Anquetil, com uma meta em Ruão, cidade onde vivia e morreu em 1987, a travessia de Yffiniac, terra natal de Bernard Hinault, e a partida em Saint-Méen-le-Grand, de onde é natural Louison Bobet, o primeiro a vencer três edições.
A chegada aos Campos Elísios visa igualmente recordar, no coração de Paris, Bernard Thévenet, o primeiro vencedor a erguer os braços naquela avenida há 50 anos.
Eis o percurso: