O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol anunciou esta terça-feira a anulação do quinto cartão amarelo mostrado a José Fontán, defesa do Arouca, durante o encontro frente ao Boavista. Uma decisão que expõe inconsistências significativas no processo de arbitragem e levanta questões sobre os procedimentos em campo.
Contradições no Relatório
O caso ganhou contornos peculiares quando a equipa de arbitragem, liderada por Gustavo Correia, foi confrontada com o relatório oficial. Neste documento, o cartão amarelo tinha sido justificado por “rasteirar o adversário de forma negligente”. No entanto, tanto o árbitro principal como os seus assistentes, Inácio Pereira e André Dias, manifestaram surpresa com esta justificação.
“Em relação ao lance em si, após analisar as imagens na sua plenitude, não há motivo para o jogador número 3 do Arouca ser advertido”, reconheceu a equipa de arbitragem no processo de revisão. Esta admissão contrasta significativamente com a decisão tomada em campo.
Decisão do CD
O Pleno do Conselho de Disciplina foi categórico na sua avaliação: “Tratou-se de um erro evidente de julgamento por parte do árbitro.” Como consequência, todas as sanções associadas ao cartão amarelo foram anuladas.
A investigação revelou que Fontán “apenas festejou para a câmara, não tendo feito qualquer gesto provocatório” – uma conclusão que contradiz tanto o relatório inicial como a justificação alternativa de “gestos provocatórios” apresentada posteriormente.
Precedente Importante
Esta decisão estabelece um precedente significativo no futebol português. Demonstra não apenas a disposição das autoridades para corrigir erros de arbitragem, mas também a importância de um processo de revisão transparente e eficaz.
Para o Arouca, a decisão representa uma vitória importante, evitando a suspensão do seu defesa por acumulação de amarelos. Para o futebol português como um todo, serve como um exemplo de como a justiça desportiva pode e deve funcionar quando confrontada com erros evidentes.
A decisão reforça ainda a necessidade de precisão nos relatórios de arbitragem e a importância de uma documentação clara e consistente dos incidentes em campo, elementos fundamentais para a integridade do jogo.