Extremo argentino está a um pequeno passo de alcançar as 500 participações diretas em golos
Está cada vez mais perto o derradeiro capítulo de Ángel Di María com a camisola do Benfica. A despedida definitiva não acontecerá nos relvados portugueses, mas sim em solo norte-americano, durante o Mundial de Clubes, onde o internacional argentino vai representar as águias pela última vez – e ainda com ambições pessoais por cumprir.
O camisola 11, que participará na 24.ª competição oficial da sua carreira como sénior (sem contar com as fases de qualificação para Mundiais), está a um pequeno passo de alcançar um feito notável: atingir as 500 participações diretas para golo (golos + assistências). Com um total de 954 partidas disputadas entre clubes e seleção principal da Argentina, Di María soma até ao momento 223 golos e 273 assistências, totalizando 496 intervenções diretas em golos. Restam-lhe apenas quatro ações decisivas para alcançar essa marca histórica.
Ao serviço do Benfica, onde cumpre a quinta época (em duas passagens distintas), soma 213 jogos, 47 golos e 47 assistências. A mais recente contribuição aconteceu no empate frente ao Braga, na última jornada do campeonato, quando assistiu Pavlidis – encontro que marcou o anúncio do fim do seu ciclo na Luz.
Antes de regressar à Argentina para vestir novamente a camisola do Rosario Central, clube que o formou, Di María ainda poderá disputar três partidas pelo Benfica neste Mundial de Clubes: frente ao Boca Juniors, na segunda-feira, contra o Auckland City (20 de junho) e possivelmente contra o Bayern Munique (24 de junho). Será nestes encontros que procurará os quatro momentos de inspiração que lhe faltam.
Apesar de ter perdido protagonismo no onze titular na fase final da temporada, Di María foi determinante na primeira metade de 2024/25. No total da época, regista 15 golos e nove assistências em 40 jogos. Destes, 11 golos e seis assistências ocorreram até ao final de 2024; em 2025, os números caíram para quatro golos e três assistências. Entre os colegas mais beneficiados pelas suas assistências estão Pavlidis (três), Akturkoglu (duas), e ainda Otamendi, Arthur Cabral, Amdouni e Schjelderup (um cada).
Um legado marcante na Luz
De regresso ao Benfica em 2023/24, com o sonho de conquistar novamente o título de campeão nacional – feito que alcançara em 2009/10, antes de rumar ao Real Madrid –, Di María não conseguiu repetir esse êxito. Ainda assim, Rui Costa sublinha o impacto deixado pelo extremo argentino: “Foi um dos melhores jogadores que passaram pelo Benfica na era moderna. Teve sempre uma postura de respeito e carinho pelo clube, optando por regressar mesmo podendo fazer escolhas mais vantajosas financeiramente. Como presidente e benfiquista, estou profundamente grato”.
Também Miguel Ángel Russo, técnico do Boca Juniors e que o tentou levar para o Rosario Central no ano passado, valorizou a decisão de Di María terminar a carreira no seu clube de origem: “É bom para ele encerrar o percurso onde tudo começou. Vai sentir-se em casa.”
Um palmarés de peso com 33 títulos conquistados
Esta será a estreia de Di María no Mundial de Clubes, competição onde será difícil somar mais um troféu. Ainda assim, o seu currículo é impressionante: soma 33 títulos conquistados entre clubes e a seleção principal da Argentina. Pelo Benfica, ergueu cinco troféus – um campeonato nacional e três Taças da Liga (duas na primeira passagem e duas mais recentes: Supertaça e Taça da Liga).
A estes feitos junta ainda o título mundial sub-20 em 2007 e a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. Um percurso recheado de conquistas, prestes a encerrar-se com a dignidade e o brilho de quem deixa uma marca inesquecível no futebol mundial – e na história do Benfica.