Na Fórmula 1, poucas coisas são tão saborosas como um pódio inesperado — e foi isso mesmo que a Alpine experimentou no Grande Prémio de São Paulo.
Depois de uma temporada complicada, em que a equipa francesa viu o seu carro começar o ano no fundo do pelotão e carregado de peso extra, a corrida brasileira trouxe não só uma vitória moral, mas uma verdadeira fortuna para a equipa. Esta performance extraordinária colocou a Alpine na sexta posição no Campeonato de Construtores, um feito que pode valer milhões em prémios no final da época.
Dupla presença no pódio: o trunfo que muitos esperavam
Com Esteban Ocon em segundo lugar e Pierre Gasly em terceiro, a Alpine protagonizou o seu melhor resultado em anos. A última vez que o carro francês tinha celebrado um pódio foi em 2021, e desde então, as dificuldades têm sido muitas. Contudo, no Brasil, os pilotos mostraram garra e talento, com uma ajuda da chuva, que favoreceu especialmente o desempenho de Ocon. “Ocon é incrível no molhado, Gasly fez bem o seu trabalho, mas também tivemos sorte,” admitiu Flavio Briatore, que foi chamado como conselheiro este ano, numa tentativa de dar nova vida à equipa.
Impacto financeiro: uma “injeção” que pode chegar aos 30 milhões de euros
Além da glória desportiva, esta subida no campeonato traz um ganho financeiro considerável. Só a diferença entre a sexta e a nona posição, onde a Alpine se encontrava até então, pode valer mais 29,2 milhões de euros, um valor confirmado pelo próprio Briatore. Para uma equipa que já tem investidores famosos como Ryan Reynolds e Patrick Mahomes, esta dupla presença no pódio representa uma motivação extra e uma forma de atrair ainda mais atenção e capital.
Briatore e Oakes: os novos pilares da recuperação da Alpine
Este resultado no Brasil é também o reflexo de uma mudança estrutural dentro da equipa. Flavio Briatore, aos 74 anos, regressou à F1 com a missão de “limpar a casa”, e foi isso que fez. Desde que chegou, a equipa passou de 1150 para 850 pessoas, otimizando os recursos e fortalecendo a liderança, agora sob Oliver Oakes, um “Team Principal” surpreendentemente jovem, mas com ideias claras. “Este ano é para limpar a casa, mas temos evoluído o carro, é um bom trabalho dos engenheiros”, declarou Briatore.
A caminho de 2026: o que o futuro reserva
Com a decisão da casa-mãe de deixar de fabricar motores a partir de 2026, o pódio em São Paulo é um lembrete do potencial que a Alpine ainda tem para explorar. A equipa francesa mostrou que é possível competir de igual para igual com os maiores nomes do grid, e este impulso financeiro poderá permitir à Alpine construir uma base sólida para o futuro, investindo em tecnologia e talento.
No mundo imprevisível da Fórmula 1, o sucesso em São Paulo foi um golpe de sorte e competência, mas também a prova de que a Alpine está longe de ter o seu futuro decidido. O próximo passo será consolidar esta posição e transformar um momento de glória numa base para o longo prazo. Uma coisa é certa: a Alpine vai lutar, e nós, amantes deste desporto, vamos estar atentos a cada curva do caminho.