Caso terá ocorrido em 2019 e envolve um amigo de Mick Schumacher. Julgamento marcado para esta semana na Suíça.
Um caso de alegada violação ocorrido na mansão de Michael Schumacher, na Suíça, está a abalar o silêncio que há mais de uma década envolve o antigo campeão mundial de Fórmula 1. A notícia foi avançada esta quarta-feira pelo jornal suíço 24 Heures, que revela que uma enfermeira da equipa médica privada de Schumacher apresentou queixa contra um piloto australiano, amigo de Mick Schumacher, acusando-o de a violar duas vezes dentro da residência, em novembro de 2019.
O suspeito, com cerca de 40 anos, teria ficado hospedado na mansão, situada na localidade de Gland, e seria um piloto que nunca chegou à Fórmula 1, embora mantivesse uma relação de amizade com o filho de Michael Schumacher.
O caso: álcool, desmaio e abuso
Segundo o 24 Heures, o episódio terá ocorrido após uma noite em que a enfermeira e duas colegas jogavam bilhar com o convidado australiano, após o término do turno noturno. Todos teriam consumido bebidas com vodka, e a mulher terá começado a sentir-se mal, acabando por deitar-se no chão.
As colegas e o piloto decidiram levá-la para o quarto reservado aos cuidadores e deitaram-na na cama, sem a despir. Minutos depois, o homem terá regressado ao quarto e aproveitado o estado de inconsciência da enfermeira para a violar duas vezes, conforme a acusação apresentada.
Queixa apresentada dois anos depois
Na manhã seguinte, a vítima disse não se recordar do que aconteceu, mas relatou “pistas físicas e materiais” que a levaram a suspeitar do abuso. De acordo com o jornal suíço, a mulher trocou mensagens de texto com o piloto, que terá admitido o ato.
Ainda assim, optou por não denunciar o caso de imediato, com receio de perder o emprego e de expor a família Schumacher, que não foi informada dos acontecimentos. A queixa só seria apresentada em janeiro de 2022, após a enfermeira ter sido despedida — algo que, segundo o seu testemunho, aconteceu pouco depois de o piloto voltar a visitar a mansão.
Família Schumacher afastada do processo
O processo decorre sem qualquer envolvimento da família Schumacher, que mantém um controlo rigoroso sobre o acesso à sua residência desde o acidente de esqui de 2013, nos Alpes franceses, que deixou Michael Schumacher com graves lesões cerebrais.
A audiência de julgamento está marcada para esta semana, mas poderá ser adiada, já que as autoridades não conseguiram localizar o acusado. Em 2024, o piloto foi interrogado na Suíça, tendo negado as acusações, embora tenha confirmado uma “relação consensual” com a enfermeira.
Uma sombra sobre o silêncio em torno de Schumacher
Desde o acidente, Corinna Schumacher mantém o ex-piloto totalmente afastado da vida pública, numa mansão adaptada com equipamentos médicos de alta tecnologia e uma equipa permanente de cuidadores e enfermeiros.
Este caso, que agora vem a público, lança uma rara perturbação sobre o ambiente de silêncio e privacidade que rodeia o antigo campeão mundial de Fórmula 1, sete vezes vencedor do título e considerado um dos maiores nomes da história do desporto motorizado.







