Ex-árbitro Duarte Gomes elogia Fábio Veríssimo em jogo de decisões exigentes e destaca tentativas de simulação
O antigo árbitro internacional Duarte Gomes analisou os principais lances do Sporting–Moreirense (3-1), disputado esta sexta-feira em Alvalade, considerando globalmente positiva a atuação da equipa de arbitragem, liderada por Fábio Veríssimo, com Rui Costa como VAR. Na sua análise, publicada no portal A Bola na Rede, Duarte Gomes destacou a qualidade técnica e disciplinar das decisões, incluindo casos sensíveis na área de penálti e momentos de maior exigência táctica.
Logo aos 3 minutos, o cartão amarelo a Diomande foi, na sua opinião, bem exibido, “não pela infração em si, mas pelo seu enquadramento tático”, já que o central impediu uma transição perigosa do Moreirense.
Gyökeres protagoniza caso de simulação evidente
Um dos momentos mais analisados ocorreu aos 64 minutos, quando Viktor Gyökeres caiu na área, em lance com Marcelo. Para Duarte Gomes, a intenção do avançado leonino foi clara:
“Gyökeres iniciou a queda de forma antecipada, promovendo deliberadamente contacto com a perna direita do adversário. Foi um exemplo clássico de simulação. Decisão correta ao não assinalar penálti.”
Também aos 6 minutos, já Gyökeres havia caído na área sem sofrer infração de Maranhão. O ex-árbitro defende que o sueco escorregou e que a equipa de arbitragem “esteve bem ao nada assinalar”.
Golos legais e boa aplicação da vantagem
Duarte Gomes elogia a condução dos lances de golo. No primeiro tento, aos 12 minutos, sublinha que, apesar de existirem toques com o braço por parte de dois defesas, foi Marcelo quem acabou por tocar deliberadamente na bola com o braço, sendo que o golo acabou por validar a jogada e impedir a intervenção do VAR — “se não fosse golo, seria penálti.”
O segundo e terceiro golos do Sporting foram validados corretamente, e o golo do Moreirense, aos 56 minutos, foi precedido de uma vantagem bem aplicada, com “todos os jogadores em posição regular”, incluindo o marcador Cédric Teguia e o assistente Frimpong.
Interpretação discutível no lance de St. Juste
No único lance com margem para maior debate, aos 87 minutos, St. Juste encostou nas costas de Rúben Ismael dentro da área. O árbitro mandou seguir e Duarte Gomes entende que, apesar de a decisão se enquadrar na margem de interpretação, o contacto “foi ostensivo, com braço no pescoço e corpo nas costas”, admitindo que poderia ter sido assinalado penálti.
Conclusão: arbitragem positiva, com decisões acertadas e personalidade
Duarte Gomes conclui a sua análise destacando a boa gestão de jogo por parte de Fábio Veríssimo, elogiando a leitura táctica, a correção disciplinar e, sobretudo, a capacidade de resistir à pressão em lances sensíveis, nomeadamente nas áreas:
“A simulação de Gyökeres foi exemplarmente julgada e mostra a maturidade da arbitragem portuguesa.”