Pedro Henriques valida expulsão e vários amarelos, mas critica falhas de vídeoarbitragem e compensação de tempo no 0-3 em Guimarães.
Contexto do jogo e foco disciplinar
O Vitória SC perdeu com o Benfica por 0-3, com golos de Tomás Araújo, S. Dahl e João Rego. No rescaldo, Pedro Henriques, antigo árbitro e analista de “A Bola”, apontou um encontro carregado de decisões disciplinares, com sete amarelos e um vermelho, e um fio condutor claro, cumprimento de recomendações técnicas, mas apoio insuficiente do VAR nos momentos chave.
Amarelos corretos e Lei 12 aplicada
Aos 43 minutos, Vangelis Pavlidis viu amarelo por agarrão deliberado a Samu. Para Pedro Henriques, a advertência foi correta, uma vez que não houve tentativa de jogar a bola.
No 45 mais 1, no lance em que o jogador do Vitória tem o pé apoiado no relvado e é pisado de frente por Sudakov, não se trata de uma entrada por trás, o que funciona como atenuante quanto ao risco para a sua segurança e integridade física. Nestes casos, a lei 12 enquadra o contacto como ação negligente, isto é, uma entrada em que o jogador não atende ao perigo nem às consequências do ato. A sanção adequada é o cartão amarelo, por não estarem preenchidos os requisitos de imprudência grave ou força excessiva que justificariam expulsão.
Expulsão por conduta violenta bem decidida
Aos 56 minutos, o lance capital. Entradas com sola, pitões e pé no ar, em modo descontrolado, configuram conduta violenta. Pedro Henriques recorda que o Conselho de Arbitragem reforçou esta época o critério para estas abordagens. Fabio Blanco acertou com a sola no interior do joelho de Leandro Barreiro. Cartão vermelho bem exibido e decisão sustentada pelo VAR.
Procedimentos na substituição e gestão do tempo útil
Aos 83 minutos, na saída de Dodi Lukebakio para a entrada de João Rego, o árbitro encaminhou o jogador para abandonar o relvado pelo ponto mais próximo. Pedro Henriques assinala cumprimento literal da Lei 3 quanto ao procedimento de substituição.
O analista destaca ainda o esforço para recuperar tempo útil na segunda parte, embora o jogo tenha registado apenas 54 minutos de bola em jogo num total de 95.
Lances finais e disciplina
Aos 89 minutos, Vando Félix viu amarelo por atingir Otamendi com a sola na zona do gémeo e Aquiles. Decisão considerada adequada.
Já aos 90 minutos, Otamendi foi advertido por retardar a reposição de um livre. Pedro Henriques sugere que o central terá procurado completar ciclo de amarelos.
Onde o VAR “faltou” e o tempo extra ficou curto
No capítulo negativo, Pedro Henriques sublinha a falta de intervenção do VAR quando o árbitro mais precisou. Os cartões vermelhos diretos fazem parte do protocolo de vídeoarbitragem, pelo que a atuação deve ser inequívoca sempre que estejam em causa potenciais expulsões.
Quanto à compensação, o especialista defende que o encontro justificava pelo menos seis minutos de acréscimo. Houve cinco pausas para substituições com sete entradas, três amarelos, um vermelho e três golos, um conjunto de incidências que, no seu entender, exigia mais tempo extra.
Veredicto
A equipa de arbitragem aplicou as orientações em vigor nos lances determinantes, validou advertências cruciais e a expulsão por conduta violenta. Ficam as críticas à resposta do VAR em momentos decisivos e à calibragem do tempo de compensação num jogo com múltiplas interrupções.








