Carlos Sainz e Fernando Alonso contestaram o foco excessivo da transmissão em celebridades e namoradas durante o GP de Singapura, acusando a F1 de desvalorizar a ação em pista. A F1, por sua vez, reagiu, defendendo o seu trabalho e a necessidade de equilíbrio entre espetáculo e competição.
O GP de Singapura de F1 continua a dar que falar — e não apenas pelo que aconteceu em pista. Depois das críticas de Carlos Sainz e Fernando Alonso às transmissões televisivas, que alegadamente terão privilegiado as celebridades e namoradas de pilotos em detrimento da corrida, a F1 respondeu oficialmente, defendendo a sua abordagem e afirmando estar “focada em oferecer o melhor aos fãs”.
O caso ganhou força após o espanhol da Williams, Carlos Sainz, manifestar desagrado com o rumo das transmissões, que, segundo ele, “perdem o essencial da corrida ao insistirem em mostrar o paddock em vez da ação na pista”. Sainz, que protagonizou uma prova de recuperação notável, terminando em 10.º lugar depois de uma qualificação difícil, viu grande parte da sua escalada passar despercebida nas imagens transmitidas.
“A Fórmula 1 devia priorizar o que acontece na pista. O público quer ver ultrapassagens e estratégias, não apenas quem está nas bancadas”, afirmou Sainz no final da corrida.
📰: After Carlos Sainz slammed F1 broadcasts for showing too many celebs and missing key action, Formula 1 defended its coverage—insisting it “always focus[es] on giving fans the best possible footage” and never compromises the on-track drama. #F1 pic.twitter.com/YN0RrbiNrX
— F1 Naija (@f1_naija) October 10, 2025
As críticas não vieram só do piloto madrileno. Fernando Alonso, bicampeão mundial e também espanhol, recorreu à rede social X (antigo Twitter) para expressar o seu descontentamento. O piloto da Aston Martin pediu “mais foco nas batalhas em pista” e ironizou o facto de as transmissões darem cada vez mais destaque a mensagens de rádio, muitas vezes irrelevantes, entre pilotos e equipas.
“Menos rádio, mais corridas”, escreveu Alonso de forma sarcástica, ecoando a insatisfação de muitos fãs que, nas redes sociais, também criticaram a realização televisiva do GP de Singapura.
A resposta da Fórmula 1
Confrontada pelas críticas através da edição neerlandesa do Motorsport.com, os responsáveis da F1 reagiram, elogiando o desempenho da sua equipa de transmissão e negando qualquer desvio de foco.
“A nossa equipa faz um excelente trabalho ao cobrir uma situação complexa, com vários carros em diferentes pontos da pista, e ao mesmo tempo oferecer contexto sobre o ambiente, o público e os convidados”, afirmou um porta-voz da categoria. “Estamos sempre a tentar melhorar e a encontrar o equilíbrio entre o espetáculo global e o desporto que mostramos.”
Esta defesa, no entanto, não convenceu totalmente os fãs mais puristas, que argumentam que o “excesso de espetáculo” tem vindo a transformar a F1 num produto mais próximo do entretenimento televisivo do que de uma competição desportiva.
Um debate que não é novo
Esta é uma discussão que já não é nova… aliás, nada recente. Desde a chegada da Liberty Media, em 2017, a categoria tem apostado numa abordagem mais mediática, com forte presença nas redes sociais, apostas em documentários, como Drive to Survive, que já conta com sete temporadas e que inclusivamente já foi fortemente criticada por alguns pilotos, como Verstappen, além de uma realização televisiva mais focada em “vender a experiência”.
Se por um lado essa estratégia trouxe novos públicos, e esse sempre foi um objetivo da Liberty Media, bem como um boom de popularidade global, por outro tem gerado críticas entre pilotos e adeptos tradicionais, que acusam a F1 de sacrificar a pureza das corridas em prol da audiência.











