Notas nos árbitros e do VAR serão públicas e VAR em exclusividade são duas das grandes mudanças
Pedro Proença, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), e Luciano Gonçalves, líder do Conselho de Arbitragem (CA), estão a ultimar um conjunto de mudanças estruturais no setor da arbitragem, baseadas em quatro grandes pilares.
Uma das medidas mais impactantes será a publicação das classificações atribuídas aos árbitros e aos elementos do VAR após cada partida. Esta iniciativa visa promover uma política de maior transparência, permitindo que o público tenha acesso à avaliação do desempenho dos juízes em campo e na videoarbitragem. Em paralelo, será implementado um sistema de responsabilização, em que as notas obtidas poderão influenciar as futuras nomeações dos árbitros – premiando o bom desempenho e penalizando os erros.
O Conselho de Arbitragem pretende também reforçar a comunicação com o público, através de explicações mais frequentes e detalhadas sobre as decisões tomadas durante os jogos.
Outra grande mudança prende-se com a criação de uma carreira especializada para os árbitros de VAR. O objetivo é que estes passem a exercer exclusivamente essa função, sem alternar com arbitragens em campo. Esta nova via profissional incluirá diferentes categorias e a possibilidade de progressão (ou regressão), tal como já acontece com os árbitros de campo. Pedro Proença já tinha dado sinais públicos da intenção de seguir este caminho.
A valorização e profissionalização do setor da arbitragem continua a ser uma das prioridades do presidente da FPF. Nesse sentido, será criado o cargo de Diretor Técnico de Arbitragem, que ficará a cargo de Duarte Gomes, ex-árbitro internacional. Este novo responsável terá como missão coordenar o trabalho dos 22 diretores técnicos regionais e desenvolver, em conjunto com o CA, um modelo de formação abrangente. A meta é aumentar o número de árbitros em atividade e garantir que estejam mais bem preparados para atuar ao mais alto nível.
Por fim, será acelerado o processo de criação de uma entidade independente para gerir a arbitragem, uma proposta já discutida anteriormente. Esta estrutura será desenvolvida em colaboração com a Liga Portugal e com a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, embora a sua implementação dependa de alterações à legislação vigente – processo que será trabalhado ao longo da próxima época.