O FC Porto vive horas decisivas quanto à continuidade de Martín Anselmi. Na tarde desta quarta-feira, o presidente dos dragões, André Villas-Boas, reúne-se com o técnico argentino para discutir o futuro da liderança técnica da equipa principal, confirmou o Maisfutebol. Apesar de ainda não haver uma decisão tomada, as partes estão em diálogo ativo para avaliar os próximos passos, numa altura em que o contrato de Anselmi é válido até 2027.
Desempenho no Mundial de Clubes motiva reflexão interna
A reunião acontece no rescaldo da eliminação precoce no Mundial de Clubes, onde o FC Porto somou apenas dois empates — frente ao Palmeiras (0-0) e ao Al Ahly (4-4) — e uma derrota frente ao Inter Miami (2-1). Os azuis e brancos terminaram a fase de grupos com dois pontos, o pior registo entre as equipas europeias presentes na prova organizada pela FIFA.
O desempenho abaixo das expectativas acentuou o descontentamento entre adeptos e levou à necessidade de uma análise interna profunda, agora em curso. A chegada da comitiva portista a Portugal, na noite de terça-feira, foi marcada por protestos de dezenas de adeptos à porta do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, evidenciando a contestação que se vive em torno da equipa técnica.
Investimento de peso no argentino
Recorde-se que o FC Porto comunicou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), em maio, o pagamento de 3,1 milhões de euros ao Cruz Azul pela contratação de Martín Anselmi e da sua equipa técnica. O investimento reforça o peso da decisão que Villas-Boas terá de tomar: manter a aposta num projeto técnico recente ou promover uma rutura para tentar devolver estabilidade e competitividade ao plantel.
Apesar da pressão crescente, fontes próximas da estrutura azul e branca indicam que a continuidade do diretor de futebol profissional, Jorge Costa, não está em causa neste momento.
Anselmi sob escrutínio: a encruzilhada portista
A reunião desta quarta-feira poderá marcar o início de uma remodelação mais alargada no FC Porto, depois de uma época desportiva dececionante e de um Mundial que expôs fragilidades no modelo de jogo e no rendimento coletivo. O presidente Villas-Boas tem pela frente uma decisão sensível: manter a confiança num treinador ainda em adaptação ao futebol europeu ou iniciar um novo ciclo técnico.
Para já, reina o silêncio no Dragão. Mas nos bastidores, tudo está em cima da mesa.