Javier Tebas, o influente presidente da LaLiga espanhola, não poupou nas críticas ao novo formato do Mundial de Clubes da FIFA, chegando mesmo a defender a sua extinção. Em declarações aos jornalistas, Tebas arrasou a competição por falta de datas, por prejudicar o “ecossistema” do futebol e pela baixa qualidade dos jogos, que comparou a “particulares de verão”. O líder da liga espanhola está preocupado com o impacto do torneio em clubes como o Real Madrid e o Atlético de Madrid.
Num ataque frontal e sem rodeios, o presidente da LaLiga, Javier Tebas, deixou clara a sua oposição ao novo Mundial de Clubes, que decorre atualmente nos Estados Unidos. Para Tebas, a solução para os problemas que o torneio acarreta é simples e radical.
“Eliminando-o!”: Tebas Defende Fim do Mundial de Clubes
Questionado sobre como se poderia repensar a competição, a resposta do líder da liga espanhola foi taxativa: “Eliminando-o. O meu objetivo é que não haja mais Mundiais de Clubes, tenho isso muito claro,” afirmou.
Tebas argumenta que não há espaço no calendário para mais uma prova desta dimensão. “Não há datas disponíveis. Não faz falta outra competição que mova dinheiro para um setor de clubes e jogadores e saia de algum lado. Aqui não há mais dinheiro, há que manter o ecossistema e eliminá-lo,” defendeu, sugerindo que o modelo antigo, mais curto (“num fim de semana”), era o único sustentável.
“Parece um Particular de Verão”: A Crítica à Qualidade e Intensidade
Para além dos problemas de calendário e económicos, Javier Tebas criticou duramente a qualidade do espetáculo apresentado até agora. “Não vi um único jogo. Bem, vi um bocado do Chelsea contra o Los Angeles FC e parecia um particular de verão,” confessou. “Não vi intensidade, só correria, pelo menos nos 25 minutos que vi.”
Guerra de Calendários e o “Problema” dos Clubes Espanhóis
O presidente da LaLiga mostrou-se particularmente preocupado com o impacto que o torneio terá nos seus clubes, Real Madrid e Atlético de Madrid, e no seu próprio campeonato. “Claro que condiciona. Há um acordo coletivo que diz três semanas de férias e, desde logo, a LaLiga vai cumpri-lo,” garantiu.
Tebas levantou ainda a questão da justiça competitiva e financeira. “Se o Real Madrid e o Atlético chegarem às meias-finais vão ganhar 120 milhões de euros e vamos ter de começar [a LaLiga] mais tarde porque vêm cansados. Isso está bem? O que vão pensar os outros clubes?”, questionou, deixando no ar a ideia de um tratamento desigual. Mencionou ainda que outras grandes ligas europeias, como a Premier League, Bundesliga e Ligue 1, planeiam começar a 14 de agosto, ironizando sobre o poder de Al-Khelaifi (presidente do PSG) na decisão do calendário francês.
A sua posição final foi um recado direto à FIFA: “Que termine o Mundial de Clubes, por que temos de ser nós a mudar?”