O piloto espanhol pode tornar-se o primeiro campeão mundial da categoria rainha a competir por uma equipa independente
O piloto espanhol Jorge Martín, da Ducati, pode conquistar este fim de semana um feito inédito no MotoGP: tornar-se o primeiro campeão mundial da categoria rainha a competir por uma equipa independente em toda a história do Campeonato do Mundo de Velocidade.
Com 26 anos e natural de Madrid, Martín corre pela equipa Prima Pramac, que utiliza motos Ducati e chega ao Grande Prémio da Malásia, penúltima etapa da época, a necessitar de ampliar a vantagem sobre o rival Francesco Bagnaia (Ducati), atual bicampeão. Atualmente, Martín lidera com 17 pontos, mas para assegurar o título antes da última corrida em Valência, precisaria de garantir pelo menos 38 pontos de avanço sobre o italiano, o que implica somar mais 21 pontos do que Bagnaia ao longo das provas deste fim de semana: a corrida sprint de sábado e a corrida principal de domingo.
Nas provas deste fim de semana, a corrida sprint atribui 12 pontos ao vencedor e a corrida principal dá 25, totalizando um máximo de 37 pontos possíveis. Dada a sua vantagem, Martín tem várias combinações de resultados que lhe poderiam garantir o título. No cenário mais favorável, bastaria terminar logo atrás de Bagnaia na corrida sprint (independentemente da posição) e vencer a corrida de domingo, desde que o italiano não passe do 14.º lugar.
Se o conseguir, Martín não só sagrar-se-á campeão mundial ao entrar para a história como o primeiro piloto de uma equipa independente a vencer na categoria principal, algo sem precedentes em 75 edições do campeonato.
Ao longo da temporada, Martín destacou-se pela consistência, com três vitórias nas corridas principais de domingo, enquanto Bagnaia, apesar de acumular nove triunfos dominicais, não conseguiu traduzir essa vantagem em liderança de pontos. Em caso de empate, o número de vitórias decide o título, mas Martín evitou ficar sem pontos em mais ocasiões, com apenas duas provas nulas (Espanha e Alemanha, onde ainda venceu as corridas sprint). Bagnaia, por sua vez, teve três corridas sem pontuar (Portugal, Aragão e Emilia Romagna).
Os resultados intermédios também contam: enquanto Bagnaia alcançou um segundo lugar (San Marino) e vários terceiros (França, Grã-Bretanha, Indonésia e Austrália), Martín, além das quedas, só teve um 15.º lugar (San Marino) como resultado menos positivo e, em todas as outras corridas, garantiu lugares no pódio ou a vice-liderança, exceção feita ao quarto lugar nas Américas.
O circuito de Sepang, na Malásia, é conhecido pelas imprevisíveis condições meteorológicas, onde a chuva e as quedas são sempre fatores a considerar. Nascido a 29 de janeiro de 1998, em Madrid, Jorge Martín estreou-se no Mundial de Velocidade em 2015, na Moto3, depois de dominar a Rookies Cup, uma competição de iniciação. Veloz e destemido, Martín carrega uma reputação de impetuosidade que já lhe custou quedas e lesões, como a de 2018, quando, mesmo lesionado, foi campeão de Moto3.
Após a passagem pela Moto2, Martín chegou ao MotoGP em 2021. Em 2022, viu a vaga na equipa oficial escapar-lhe para o italiano Enea Bastianini, o que lhe serviu de motivação para desafiar Bagnaia na luta pelo título de 2023 até ao final da temporada. Em 2024, Martín demonstrou ainda mais regularidade, cometeu menos erros e chegou a ser considerado para a equipa oficial, mas acabou por perder a vaga para o compatriota Marc Márquez. Em 2025, Martin irá correr pela Aprilia, e ambiciona levar consigo o número 1 de campeão.