Num artigo de opinião publicado no Expresso, Francisco Martins analisou o desempenho do FC Porto no empate frente ao Rio Ave (2-2), destacando a falta de consistência e os erros individuais que têm marcado a equipa nesta temporada. Apesar do tom crítico, o texto reserva elogios ao jovem Rodrigo Mora, de 17 anos, considerado a “única luz” num jogo desorganizado e cheio de falhas.
Rodrigo Mora: A elegância em campo
O jornalista descreve Rodrigo Mora como um jogador que preserva a “estética” num futebol moderno cada vez mais padronizado e sem brilho. As suas habilidades técnicas e os seus “floreados” foram destacados como os momentos mais inspiradores do jogo, apesar de não terem resultado em golos devido às intervenções do guarda-redes do Rio Ave, Cezary Miszta.
“Rodrigo Mora seca os desarmes dos tenazes defesas com manobras ilusórias e agitações que causam náuseas nos opositores”, escreveu o jornalista, sublinhando que o jovem foi a “mais flagrante ameaça ofensiva dos dragões”. A sua elegância e capacidade de surpreender em campo contrastaram com a falta de ideias e a desorganização do resto da equipa.
Erros individuais e descalabro defensivo
O artigo não poupa críticas ao desempenho coletivo do FC Porto, especialmente no que diz respeito aos erros individuais que custaram pontos preciosos. Nehuén Pérez e Otávio foram apontados como os principais responsáveis pelo desequilíbrio da equipa. O jornalista descreve o início do jogo como “o seu fim”, referindo-se às falhas na construção de jogo e à atitude questionável de Otávio, que culminou no segundo golo do Rio Ave, marcado por Ole Pohlmann.
“Nehuén Pérez e Otávio meteram um penso nas feridas por eles abertas com golos fortuitos que amenizaram o descalabro por eles causado”, escreveu, acrescentando que não é sustentável o FC Porto “viver a reconstruir constantemente o castelo de cartas quando está prestes a colocar-lhe a bandeira no topo”.
Projeto desportivo desmoronado?
O texto também aborda as saídas de Galeno para o Al Ahli e de Nico González para o Manchester City, que deixaram o FC Porto mais frágil nesta segunda metade da temporada. Apesar de os cofres do clube terem sido “afagados” com estas transferências, o jornalista questiona se o projeto desportivo não ficou “desmoronado” para o que resta da época.
Com o empate frente ao Rio Ave, o FC Porto encerrou a 20.ª jornada da Liga Portugal a oito pontos da liderança, numa temporada marcada por inconsistências e oportunidades perdidas. O próximo clássico contra o Sporting promete ser decisivo, mas o jornalista deixa claro que, sem mudanças significativas, será difícil para os dragões recuperarem o terreno perdido.
A análise do Expresso reflete a frustração de muitos adeptos portistas, que veem na juventude de Rodrigo Mora uma esperança, mas também reconhecem que a equipa precisa de muito mais para voltar a ser competitiva ao mais alto nível.