Thomas Ravelli diz: “comparo-o aos grandes avançados de antigamente, especialmente ao nosso Gunnar Nordahl”
Thomas Ravelli, ícone do futebol sueco, é amplamente reconhecido como um dos mais destacados guarda-redes da década de 1990. Com uma presença marcante e decisiva entre os postes, Ravelli foi uma peça fundamental na campanha da Suécia no Mundial de 1994, disputado nos Estados Unidos, onde a equipa alcançou um notável terceiro lugar. Atualmente com 65 anos e 143 internacionalizações no currículo, Ravelli continua a ser uma voz autorizada no mundo do futebol, especialmente ao comentar sobre Viktor Gyökeres, o prolífico avançado do Sporting Clube de Portugal.
Gyökeres, com 73 golos em apenas época e meia ao serviço do Sporting, tem sido uma máquina de marcar, despertando o interesse de grandes clubes europeus. No entanto, nem sempre o caminho é fácil, como se viu no empate eletrizante por 4-4 frente ao Vitória de Guimarães, onde o avançado sueco assinou um “hat-trick” agridoce, refletindo as fragilidades defensivas da sua equipa. Ainda assim, Gyökeres mantém um registo impressionante, somando 30 golos em competições oficiais na temporada 2024/25, após ter sido o melhor marcador mundial de 2024, com 62 golos.
Thomas Ravelli não hesita em traçar um paralelo entre Gyökeres e Gunnar Nordahl, o lendário avançado sueco que brilhou no AC Milan nos anos 50. “Eu comparo-o aos grandes avançados de antigamente, especialmente ao nosso Gunnar Nordahl, que foi um dos grandes nomes da história do Milan e da Suécia. Foi goleador da Liga italiana por cinco anos seguidos, era um verdadeiro búfalo e marcava golos sem fim”, afirma Ravelli, referindo-se ao antigo avançado sueco que contabilizou 214 golos em 274 presença pelo AC Milan. “Gyokeres acho que tem algo dele, pelas caraterísticas que vemos e os jogos a que vamos assistindo. Marca em quase todos os jogos, está sempre no sítio certo. Acho que teve um desenvolvimento brutal e excecional no Sporting. Acredito que vai mudar de equipa, é o processo natural, e chegar a uma grande liga, talvez Inglaterra ou Itália, mas acredito mais em Inglaterra”, sublinha o antigo guarda-redes.
Ravelli destaca ainda as caraterísticas de Gyökeres “Ele tem-se revelado muito forte, poderoso e com um aproveitamento incrivelmente bom”, acrescenta Ravelli, vendo Gyokeres liderar uma nova Suécia. “Temos produzido grandes avançados, faz pouco tempo estava pessimista sobre a seleção, mas, agora, estou otimista, porque apareceram muitos avançados. Temos problemas com a defesa, que era a nossa força”.
Ravelli também elogia a escolha de Gyökeres em rumar a Portugal para se afirmar no futebol europeu. “É uma das ligas fortes da Europa, embora não cheguem tantos jogos cá. Na Suécia estamos sempre mais documentados sobre o que acontece em Inglaterra. Seguimos o Viktor muito mais pelos jogos da Champions e da seleção. Em Portugal sei que há grandes ambientes nos jogos, o tempo é espetacular, joga num país adorável, envolvido por pessoas muito positivas”, destaca o antigo guarda-redes, que quase teve a oportunidade de jogar na Liga Portuguesa após o Mundial de 1994. “O FC Porto tentou a minha aquisição, forçou bastante, mas não havia ainda a Lei Bosman e o Gotemburgo vetou a minha saída. Os clubes eram praticamente os teus donos”, recorda Ravelli, sobre a transferência que não se concretizou.