Lourenço Pinto, antigo presidente da mesa da AG do FC Porto acusado de “ocultar factos”.
As audições da Operação Pretoriano terminaram esta segunda-feira, depois de 20 sessões de julgamento no Tribunal Criminal de São João Novo, no Porto, com as alegações finais agendadas para 30 de junho e 1 de julho.
Várias testemunhas foram sendo dispensadas de prestar declarações pelos arguidos, como foram os casos de Vítor Baía, antigo vice-presidente do FC Porto, e de Sérgio Conceição, antigo treinador dos azuis e brancos.
Após terem sido inquiridas seis testemunhas arroladas por Fernando Madureira na parte da manhã, apenas restava ser ouvido pelo tribunal José Rebelo da Silva, membro da Mesa da Assembleia Geral (AG) como suplente à data da reunião magna do FC Porto de novembro de 2023, em que exerceu funções de secretário.
A testemunha relatou discrepâncias de versões na elaboração da ata da AG, alegando que Lourenço Pinto, então presidente da Mesa, queria impor uma versão do documento que ignorava a maioria dos incidentes tumultuosos que se deram na reunião.
“As atas eram sempre produzidas muito perto da AG seguinte, nunca logo a seguir. Quando fomos chamados a reunir para assinar a ata, ainda não a tinha entregado, quando me deparei, para nossa surpresa, com uma ata produzida por Lourenço Pinto. Era sintética, ocultava factos desagradáveis e nós não nos revíamos com aquele documento”, começou por explicar.
“Lourenço Pinto não se apercebeu de várias das coisas que se passaram. Acredito que essa divergência não fosse intencional, mas sim de perceções devido à sua idade. Ele tem problemas de audição, pode não ter notado alguns acontecimentos. Lourenço Pinto levantou-se da sala, disse que ia demitir-se. Tivemos de partir pedra para chegar a acordo”, revelou.
Nesse sentido, assinou um documento que explicitava a existência de uma votação, que terá sido exigência de Lourenço Pinto, enquanto alega que esta nunca aconteceu.