Avançado colombiano revelou ter vivido uma depressão profunda após fraturar o perónio, em 2023. Hoje, com o Sporting e a Colômbia, diz estar a viver “um sonho”.
Luis Suárez é uma das figuras do Sporting nesta temporada. Em poucos meses, o avançado colombiano passou da 2.ª divisão espanhola para a Liga dos Campeões e fixou-se na seleção da Colômbia. Um salto notável que, segundo o próprio, só foi possível depois de vencer a batalha mais difícil da sua carreira.
Em entrevista ao jornal El Espectador, Suárez recordou o período em que fraturou o perónio, em 2023, e revelou o impacto que esse momento teve na sua vida. “Passei por uma depressão da qual saí pouco a pouco, com trabalho e psicólogos. Nem conseguia sair da cama. Tive uma lesão, mas sem ela não teria batido no fundo. Serviu para fortalecer a minha capacidade mental”, confessou o camisola 97 dos leões.
“Hoje desfruto mais do jogo”
O internacional colombiano explicou que esse episódio transformou a sua forma de ver o futebol e a vida. “Hoje desfruto mais do jogo, estou a aproveitar ao máximo. Nunca me pus em bicos de pé porque não sabia onde podia chegar. Vim desde baixo e às vezes parece que estou a viver num filme”, disse.
Depois de uma passagem discreta pelo Marselha e de uma experiência difícil no Almería, o jogador de 26 anos encontrou em Alvalade o ambiente perfeito para renascer. “Hoje entendo que o futebol não é só correr ou marcar golos, mas também desfrutar do que se faz”, afirmou, sublinhando o papel determinante da estrutura do Sporting na sua readaptação.
Mudança de mentalidade e de identidade
O drama vivido em Espanha levou-o a mudar a forma como se via dentro e fora de campo. “Queria mudar tudo. Deixei crescer um pouco o cabelo, mudei o nome da camisola [Luis Javier Suárez, em homenagem ao pai]. São etapas que encerras e abres outras”, contou.
O impacto foi imediato: sete golos nos primeiros 11 jogos com a camisola verde e branca, superando o arranque de Viktor Gyökeres na época passada. “Estou num ponto de maturidade distinto. Talvez antes não estivesse no ponto perfeito, mas agora encontrei a plenitude da confiança”, explicou.
Promessa cumprida à família
Suárez vive também a concretização de uma promessa feita há muito. “Fiz a promessa ao meu avô que iria jogar com a camisola da seleção”, revelou, orgulhoso por representar a Colômbia. “Isto significa estar com os meus ídolos. Cresci a vê-los qualificarem-se para Mundiais. Agora tenho outra mentalidade.”
Hoje, o colombiano diz viver o melhor momento da carreira, dividido entre o sucesso em Alvalade e o orgulho de representar o seu país. A lesão que o fez “bater no fundo” acabou por se transformar no ponto de viragem para um jogador que, mais do que renascido, parece ter finalmente encontrado o equilíbrio.











