Capitão de Abril e figura marcante na história recente de Portugal, Amadeu Garcia dos Santos faleceu aos 89 anos em sua casa

O General Amadeu Garcia dos Santos, uma das figuras incontornáveis da Revolução de 25 de Abril de 1974, morreu esta sexta-feira, aos 89 anos. A informação foi confirmada por fonte oficial do Exército à agência Lusa. O antigo militar, que desempenhou um papel crucial no movimento que pôs fim à ditadura em Portugal, faleceu na sua residência.
Garcia dos Santos foi um dos capitães de Abril e especialista em comunicações, tendo contribuído ativamente para o sucesso da operação militar que instaurou a democracia em Portugal. O seu papel estratégico no controlo e coordenação das comunicações foi essencial durante as horas decisivas do golpe de Estado que mudou o rumo da história nacional.
Ao longo da sua carreira, ocupou diversos cargos de relevo, incluindo o de secretário de Estado no I Governo Provisório, nomeado após a revolução. Posteriormente, assumiu funções como chefe do Estado-Maior do Exército, cargo que o colocou no topo da hierarquia militar portuguesa, e foi ainda presidente da extinta Junta Autónoma de Estradas (JAE), onde liderou projetos de infraestruturas rodoviárias.
O desaparecimento de Garcia dos Santos é sentido como uma perda significativa no seio das Forças Armadas e da sociedade portuguesa. A sua vida ficou marcada pelo compromisso com os valores da liberdade, cidadania e serviço público. Colegas de armas e representantes políticos já começaram a prestar homenagem à memória do general, sublinhando o seu contributo para a construção do regime democrático.
A cerimónia fúnebre ainda não tem data anunciada, mas é esperada uma grande mobilização para prestar o último tributo a um dos protagonistas da madrugada libertadora de 1974. Com a sua partida, Portugal perde mais um dos heróis vivos do 25 de Abril, mas o seu nome permanecerá ligado à história da liberdade em Portugal.