Robert Prevost, agora Leão XIV, enfrenta críticas por alegada omissão enquanto bispo em Chiclayo. Caso remonta a denúncias de abusos contra menores ignoradas pela hierarquia eclesiástica local.
A eleição do norte-americano Robert Francis Prevost como novo Papa, assumindo o nome de Leão XIV, já está envolta em controvérsia. O agora líder da Igreja Católica está a ser acusado de ter protegido um padre abusador sexual durante os mais de 20 anos que passou no Peru, onde foi bispo da diocese de Chiclayo.
O caso, que remonta a anos anteriores à sua presença no Vaticano, envolve três mulheres que denunciaram abusos cometidos por padres locais, incluindo relatos chocantes que apontam omissão e permissividade da parte do atual Papa.
Denúncias validadas, medidas inexistentes
De acordo com os testemunhos, o então bispo Prevost confirmou a veracidade das denúncias, mas não afastou o sacerdote visado da comunidade religiosa. Em vez disso, limitou-se a transferi-lo para outro mosteiro, permitindo que continuasse ligado à estrutura da Igreja.
“O padre deitou-se e abraçou-me com os braços e as pernas. Congelei. Depois de algumas horas, acordei e vomitei”, revelou Ana María Quispe, uma das vítimas, que decidiu dar a cara após anos de silêncio.
Um travão à linha inclusiva de Francisco
Além do episódio em Chiclayo, Leão XIV é também reconhecido por seguir uma linha mais conservadora, em contraste com o seu antecessor, Papa Francisco, que tentou modernizar a imagem da Igreja, promovendo a inclusão de fiéis LGBTQ+ e de famílias não tradicionais.
Em 2012, Prevost criticou publicamente a “simpatia” dos media por “estilos de vida homossexuais” e “famílias alternativas”, e opôs-se à introdução de ideologias de género nas escolas.
Um pontificado que começa com sombras
Prevost foi eleito no segundo dia de conclave, após quatro votações, e já foi felicitado por líderes mundiais, incluindo Donald Trump, que celebrou o facto de ser o primeiro Papa norte-americano.
No entanto, este novo capítulo do Vaticano começa sob tensão, com um passado incómodo que poderá marcar o pontificado desde o primeiro dia. Resta saber se Leão XIV conseguirá dissipar as dúvidas ou se estas polémicas assombrarão a sua liderança na Santa Sé.