Antigo atleta olímpico considera tempo alcançado por Zhanle como “humanamente impossível”
O nadador chinês Pan Zhanle sagrou-se campeão olímpico nos 100 metros livres, estabelecendo um novo recorde mundial ao completar a prova em 46,40 segundos nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Apesar do feito impressionante, a conquista está a ser alvo de contestação por parte do antigo atleta olímpico Brett Hawke, em função de um recente escândalo de doping que envolveu 23 nadadores chineses. O australiano considerou o tempo alcançado por Zhanle como “humanamente impossível”
“Estudei durante trinta anos este desporto e aquela velocidade não é real. Não podes vencer um grupo como este com uma vantagem destas. Eles são os melhores da história. É humanamente impossível”, expressou Brett Hawke nas redes sociais
Em abril deste ano, foi revelado que 23 atletas chineses testaram positivo para uma substância proibida, e, apesar de a Agência Mundial Antidoping ter conhecimento, mais de metade desses atletas puderam competir nos Jogos Olímpicos. A China justificou o caso alegando contaminação alimentar, uma explicação aceite pela Agência Mundial Antidoping, apesar da falta de provas concretas. No entanto, Pan Zhanle não estava entre os atletas investigados.
O nadador chinês, que reduziu o seu tempo em quatro segundos desde a última competição em fevereiro, afirmou que tem sido rigorosamente monitorizado e nunca testou positivo para substâncias ilegais.
Apesar das suspeitas levantadas, Kyle Chambers, vice-campeão olímpico nos 100m livres e treinado por Brett Hawke, minimizou a hipótese de Pan Zhanle ter utilizado substâncias proibidas e defendeu que o chinês mereceu a medalha de ouro. “Tenho confiança nele. Acredito que fez tudo o que podia para estar aqui e por isso merece a medalha de ouro”, declarou Chambers.
Nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, a China já conquistou seis medalhas em provas de natação, sendo quatro delas de ouro.