Decisão foi tornada pública esta segunda-feira pela
O jogador Nuno Santos, do Sporting, foi punido com uma suspensão de oito jogos após um incidente durante a Supertaça Cândido Oliveira, em que dois espetadores ficaram feridos devido à quebra de um vidro num camarote. A decisão foi tornada pública esta segunda-feira pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
O episódio ocorreu a 3 de agosto, durante o confronto entre Sporting e FC Porto, em Aveiro. Nuno Santos não participou no jogo, que terminou com uma derrota dos “leões” por 4-3 após prolongamento, mas foi considerado responsável pelo incidente. O vidro partido atingiu uma adepta, provocando ferimentos graves, e também feriu o pai desta.
Segundo o acórdão do Conselho de Disciplina (CD) da FPF, datado de sexta-feira, o atleta foi sancionado ao abrigo do artigo 152.º do Regulamento Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, que prevê punições para agressões a espetadores. A pena inclui oito jogos de suspensão — de um máximo de dez possíveis — e uma multa de 3.060 euros, além de uma coima adicional de 510 euros por violação de outros deveres (artigo 167.º do mesmo regulamento).
De acordo com o CD, a atitude de Nuno Santos no processo foi criticada, uma vez que o jogador “declina qualquer responsabilidade na queda do vidro”, o que demonstra, segundo o órgão, uma falta de reconhecimento da gravidade do seu comportamento e da sua culpa.
No entanto, o relatório detalha que, após o incidente, Nuno Santos se mostrou preocupado com as vítimas. Ainda no estádio, dirigiu-se ao pai da adepta ferida, assumindo a responsabilidade como capitão da equipa. Em dias posteriores, Nuno Santos manteve contacto com a família, pedindo desculpa pelo sucedido e demonstrando preocupação com o estado de saúde da jovem, que sofreu um “hematoma epicraniano”, e chegou a entrar em convulsão.
Apesar disso, o CD concluiu que o vidro foi projetado intencionalmente com recurso a uma ação contundente, possivelmente com o pé, por alguém presente no camarote.
O acórdão revela ainda que “o referido jogador, que estava muito nervoso, ter dito [ao pai da adepta] que não se preocupasse, que ele assumia tudo” e que, “ainda estavam no estádio, mas também nos dias seguintes, lhe pediu desculpa pelo acontecimento e disse que tudo o que necessitassem, ele assumia tudo”.
Nuno Santos disse “nos contactos posteriores (nomeadamente no dia seguinte, de manhã, pelo telefone), que estava muito preocupado e que ficou muito assustado quando a viu a entrar em convulsão, que não dormia e que só pensava naquilo, além de que perguntou se podia ir vê-la, o que o depoente recusou”.
Apesar disso, o CD concluiu que o vidro foi projetado intencionalmente com recurso a uma ação contundente, possivelmente com o pé, por alguém presente no camarote.
Além da suspensão de Nuno Santos, o Sporting foi multado em 3.570 euros devido ao comportamento inadequado de um agente desportivo, enquanto o defesa Matheus Reis recebeu uma coima de 510 euros por não cumprir os deveres regulamentares. O avançado júnior Afonso Moreira foi absolvido das acusações.
Estas decisões podem ser alvo de recurso junto do Conselho de Justiça da FPF ou do Tribunal Arbitral do Desporto.