A Opinião de Hugo Vasconcelos
“É uma leitura esclarecedora”, afirma Hugo Vasconcelos, editor-executivo de A BOLA, sobre a auditoria forense às contas da SAD do FC Porto. Na sua análise, o jornalista destaca como este documento permite “perceber o estado a que o FC Porto chegou”, apontando que tal situação é o resultado previsível quando uma empresa é liderada “durante 42 anos sem controlo, ou com órgãos de supervisão que apenas o são no nome”.
O “Regabofe” das Despesas
Para Vasconcelos, o “verdadeiro regabofe” encontra-se nas despesas de representação dos administradores. O editor destaca como particularmente escandalosos os seguintes pontos:
- 3,6 milhões de euros em despesas não elegíveis
- Utilização irregular de múltiplos veículos
- 700 mil euros em refeições sem justificação
- 70 mil euros em joalharias e relojoarias
“Não surpreende que as contas do FC Porto tenham chegado ao ponto onde chegaram”, conclui o jornalista, sublinhando a ironia de estas despesas terem ocorrido num período em que o clube foi sancionado pela UEFA por violações do fair-play financeiro.
Análise das Outras Irregularidades
O editor de A BOLA também se debruça sobre outras áreas problemáticas identificadas na auditoria:
- Na bilhética, aponta para “irregularidades relativas aos processos de venda de bilhetes” que resultaram em perdas de 5,1 milhões de euros
- Nas transferências, destaca o excesso de 47% em comissões, questionando se “o novo FC Porto consegue evitá-lo”
Vasconcelos enfatiza que a auditoria revela problemas sistémicos em todas as áreas analisadas, classificando os resultados como “matéria para fazer corar qualquer administrador que tenha passado pela SAD nesse período”.
Implicações para o Futuro
O editor-executivo sugere que estas revelações não são apenas um retrato do passado, mas um alerta para o futuro do clube. A sua análise sugere que será necessária uma mudança profunda na gestão do FC Porto para evitar a repetição destes problemas financeiros.