Tubarões Azuis vivem um dia histórico, com tolerância de ponto e estádio esgotado, à beira da primeira qualificação para um Mundial
Cabo Verde vive esta segunda-feira um momento de unidade e emoção raramente visto no país. Às 15h locais (17h em Lisboa), todas as atenções estarão voltadas para o Estádio Nacional, na Praia, onde a seleção cabo-verdiana defronta o Eswatini num jogo que pode garantir o apuramento inédito para o Campeonato do Mundo de 2026.
A dimensão do encontro levou o Governo a decretar tolerância de ponto para os funcionários públicos da Ilha de Santiago, permitindo que todos possam acompanhar a partida. Os 15 mil bilhetes disponíveis esgotaram em poucas horas, e estima-se que milhões de cabo-verdianos, dentro e fora do país, assistam à partida pela televisão.
“Vai ser o jogo mais importante da história”
O ambiente é de euforia contida. Bubista, selecionador de Cabo Verde desde 2020, não escondeu o peso histórico da partida. “Vai ser o jogo mais importante alguma vez disputado pela seleção nacional. É um momento de extrema importância para o país e para os nossos jogadores, que estão motivados para vencer e escrever uma nova página na história do futebol cabo-verdiano”, afirmou o técnico.
Os Tubarões Azuis chegam à última jornada da fase de qualificação africana na liderança do Grupo D com 20 pontos, dois acima dos Camarões. Uma vitória frente ao Eswatini — seleção que ocupa o último lugar, com apenas três pontos — garante o apuramento direto para o Mundial 2026, a disputar-se nos Estados Unidos, Canadá e México.
Apesar do favoritismo, Bubista pediu cautela. “Pode haver ansiedade em querer marcar rapidamente. O importante é manter a calma e o controlo emocional”, alertou.
Um feito de dimensão mundial
Se Cabo Verde confirmar o apuramento, fará história não só a nível nacional, mas também internacional. Com apenas 524 mil habitantes, o arquipélago tornar-se-á uma das nações mais pequenas de sempre a disputar um Campeonato do Mundo, apenas superada pela Islândia, que o conseguiu em 2018.
O capitão Vozinha, guarda-redes de 39 anos e jogador do Desportivo de Chaves, sublinhou a importância do momento. “Vai ser o jogo mais marcante das nossas vidas. Há jogadores que já jogaram Liga dos Campeões e Taça das Nações Africanas, mas esta partida é diferente. Representar Cabo Verde num Mundial seria o culminar de um sonho.”
A expectativa é total nas ruas da Praia, onde ecrãs gigantes foram montados e o ambiente promete ser de festa. Um país inteiro está prestes a parar, com um único objetivo: ver os Tubarões Azuis fazerem história.









