Pecco Bagnaia não poupou críticas à direção de prova do MotoGP após o violento acidente que marcou a corrida de Moto3 no GP da Malásia.
O piloto italiano, Pecco Bagnaia, tricampeão mundial e atual referência máxima da categoria rainha, classificou como “um grande erro” a decisão de dar continuidade à prova depois da colisão que envolveu os jovens José Antonio Rueda e Noah Dettwiler, ambos em estado grave após a queda.
Today, before the results, before the race, before being riders, our thoughts are only for José and Noah, whom we embrace.
— Pecco Bagnaia (@PeccoBagnaia) October 26, 2025
We look forward to seeing you. pic.twitter.com/cGB1TnMLcU
“A segurança deve estar acima de tudo”
A corrida de Moto3 foi interrompida momentaneamente devido ao acidente, mas acabou por ser retomada pouco tempo depois — uma escolha que, para Bagnaia, foi precipitada e desrespeitosa para com os pilotos envolvidos. “Antes de mais nada, quero abordar o que aconteceu no Moto3. Estas são questões muito sérias. O comunicado sobre o estado de saúde do Rueda foi um grande alívio. Foi difícil acreditar que ele pudesse recuperar de uma queda tão grave”, declarou o piloto da Ducati, visivelmente abalado com o sucedido.
Num gesto de solidariedade, Bagnaia publicou também uma mensagem nas redes sociais, demonstrando apoio aos jovens atletas: “Hoje, antes dos resultados, antes da corrida, antes de sermos pilotos, os nossos pensamentos estão apenas com o José e o Noah. Um forte abraço — estamos à vossa espera.”
Pecco Bagnaia Calls Out MotoGP: Racing After Dangerous Crash Was a HUGE Mistake!
— M Sports (@MSports_all) October 28, 2025
MotoGP SHOCKER: Pecco Bagnaia Questions Decision to Race Moto3 After Horrific Crash! In a dramatic turn of events following the Malaysian Grand Prix, MotoGP star Pecco Bagnhttps://t.co/9H6l6OIpTG pic.twitter.com/VYYi7pdw7t
Apoio dentro do paddock e críticas ao protocolo
As palavras de Pecco Bagnaia encontraram eco em outros pilotos, incluindo Alex Rins, que partilhou a mesma opinião: “Para ser honesto, acredito que correr dez voltas depois do que aconteceu não foi a decisão certa. Mas não cabe a mim decidir”, afirmou o espanhol, apontando o dedo à forma como o MotoGP gere incidentes graves em categorias de formação.
O acidente trouxe novamente para cima da mesa o debate sobre os protocolos de segurança no motociclismo, especialmente nas classes menores, onde os pilotos ainda estão em fase de aprendizagem e mais suscetíveis a erros e colisões em grupo. Muitos fãs e especialistas questionaram se a prova deveria ter sido cancelada por completo, considerando o impacto emocional que o acidente teve sobre os restantes competidores.
There are a lot of things that are worth getting angry about over this incident. But the one that gets me the most is how MotoGP forgot that racing is not the most important thing in the world today, in the decision to run the Moto3. https://t.co/AiDwUNKNq3
— Lewis Duncan 🏍 (@Lewis__Duncan) October 26, 2025
Um debate necessário sobre o futuro da segurança
As declarações de Pecco Bagnaia reforçam uma preocupação antiga: a de que a emoção das corridas não deve nem pode sobrepor-se à integridade física dos pilotos. Nos últimos anos, várias fatalidades nas categorias inferiores do MotoGP levantaram alertas sobre a necessidade de rever normas de segurança, distâncias entre motos e tempos de retoma após acidentes graves.
A voz de Pecco Bagnaia ecoa como um apelo à reflexão dentro do paddock. O italiano, conhecido pela sua postura ponderada e sensibilidade fora da pista, deixou claro que o espetáculo não pode continuar a qualquer custo: “Antes de sermos pilotos, somos pessoas.”
🇲🇾 Two Moto3 competitors at the Malaysian Grand Prix were hospitalized after a collision on the formation lap. pic.twitter.com/RGm14rj3WS
— Маrina Wolf (@volkova_ma57183) October 26, 2025
O incidente da Malásia pode, assim, marcar um ponto de viragem nas políticas de segurança do MotoGP. E, se depender de Bagnaia e de muitos dos seus colegas, é tempo de colocar a vida dos pilotos verdadeiramente em primeiro lugar.











