Esloveno venceu esta prova pela primeira vez
Tadej Pogačar (UAE Team Emirates) venceu este domingo, pela primeira vez na carreira, o Critério do Dauphiné, adicionando mais um título de prestígio ao seu já vasto palmarés. A oitava e última etapa da prova foi ganha pelo francês Lenny Martinez (Bahrain Victorious), após uma fuga bem-sucedida no trajeto de 133,3 quilómetros entre Val-d’Arc e o exigente Plateau du Mont-Cenis.
O esloveno, que tem protagonizado um intenso duelo com Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike) nos últimos anos, terminou a etapa na terceira posição, deixando mesmo o rival dinamarquês cortar a meta à sua frente, em segundo lugar, a 34 segundos de Martinez. Este resultado foi suficiente para garantir a vitória na classificação geral.
Pogačar, que participava apenas pela segunda vez no Dauphiné – a primeira tinha sido em 2020 –, mostrou-se claramente acima dos principais adversários, arrecadando três vitórias em etapas e dominando a competição a três semanas do arranque da Volta a França. No pódio final, foi acompanhado por Vingegaard, segundo classificado a 59 segundos, e pelo alemão Florian Lipowitz (Red Bull-BORA-hansgrohe), que fechou a geral em terceiro, a 2.38 minutos.
Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step), um dos candidatos à vitória, tentou mexer com a corrida na última tirada, mas acabou por não ter força para acompanhar os melhores e terminou na quarta posição da geral, a mais de quatro minutos do esloveno.
Apesar de contar com uma formação poderosa, a Visma-Lease a Bike não conseguiu contrariar a superioridade de Pogacar. A forma dominante do ciclista da UAE levanta dúvidas sobre o estado de confiança de Vingegaard para o Tour, que arranca já a 5 de julho. O dinamarquês, vencedor das últimas duas edições da Volta a França, poderá enfrentar dificuldades psicológicas após este desfecho.
Pogačar, de 26 anos, soma agora o Dauphiné ao seu impressionante currículo e está apenas a uma vitória de alcançar a marca simbólica das 100 conquistas na carreira.“Foi uma semana fantástica. Mais uma vez, hoje o trabalho da equipa foi excecional. Conseguimos defender a camisola, podemos ir para casa felizes para preparar o Tour”, declarou o ciclista da UAE Emirates, visivelmente satisfeito por finalmente vencer esta prova francesa.
A etapa final foi marcada também pela despedida de Romain Bardet (Picnic PostNL), que se retirou do ciclismo profissional. O francês, que já foi vice-campeão e terceiro classificado na Volta a França, e vencedor da camisola da montanha em 2019, encerrou assim uma carreira notável.
O dia foi animado por uma fuga composta por nomes sonantes como Martinez, Mathieu van der Poel (Alpecin-Deceuninck), Sepp Kuss (Visma-Lease a Bike), Enric Mas e Iván Romeo (Movistar), Ben Healy (EF Education-EasyPost), Tobias Foss (INEOS Grenadiers) e Alexey Lutsenko (Israel-Premier Tech).
Van der Poel tentou uma ofensiva solitária a 58 km da meta, em busca da liderança por pontos, mas acabaria por ser alcançado pelos perseguidores a 17 km do fim. A Uno-X liderou a perseguição, tentando proteger a posição de Tobias Halland Johannessen na geral.
Entretanto, o jovem Paul Seixas (Decathlon AG2R La Mondiale), que ocupava a sexta posição na geral, caiu a cerca de 10 km da meta, perdendo o contacto com o grupo dos favoritos. Já na frente, Martinez conseguiu isolar-se de Mas e garantir uma vitória de prestígio.
Nos últimos quilómetros, Evenepoel tentou atacar, mas foi rapidamente neutralizado. Vingegaard lançou então uma aceleração forte, levando consigo apenas Pogacar. Os dois terminaram juntos, atrás do vencedor da etapa, mas com Pogacar a segurar confortavelmente o triunfo final.
Apesar de uma prestação menos exuberante no último dia — foi sétimo na tirada, a 47 segundos — Florian Lipowitz conseguiu manter o lugar no pódio.