Pogačar LIDERA equipa de SONHO para DESTRONAR Vingegaard

UAE-Emirates

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Equipa, considerada a melhor do século segundo as estatísticas

Tadej Pogačar, atual número um do ranking mundial, lidera a formação da UAE Emirates na 111.ª edição da Volta a França, que arranca no sábado. A equipa conta ainda com Adam Yates, João Almeida e Juan Ayuso como seus principais apoiantes até aos momentos decisivos, Marc Soler e Pavel Sivakov para impor ritmo na entrada das montanhas, e Tim Wellens e Nils Pollit para tarefas estratégicas. Esta equipa, considerada a melhor do século segundo as estatísticas baseadas nos pontos acumulados no último ano, levanta a questão: será suficiente para garantir a Pogačar a vitória no Giro e no Tour? As opiniões divergem, e avaliar a força do grupo comandado por Joxean Matxin em comparação com equipas lendárias como Faema e Molteni de Eddy Merckx, La Vie Claire de Bernard Hinault e Greg Lemond, Banesto de Miguel Indurain ou US Postal de Lance Armstrong, não é simples.

“Num grupo de oito não é fácil encontrar, na história do ciclismo, um conjunto tão forte. Mesmo quando alinhavam equipas de dez não exista nada assim. Quando o Tim Wellens e o Nils Pollit, dois grandes corredores, são os de menor qualidade, está tudo dito”, garante Marco Chagas, comentador televisivo e ex-ciclista com duas Voltas a França no currículo. José Azevedo, que participou cinco vezes no Tour (alcançando o quinto e sexto lugares), não concorda: “vi equipas equivalentes e basta recuar alguns anos”.

“A Banesto do Miguel Indurain, que além dele tinha Delgado, De las Cuevas,Bernard e Marino Alonso; a ONCE de Zulle, Jalabert e Bruyneel, ou depois quando eu estava com Beloki, Olano e os Galdeano; a US Postal de Armstrong, Heras, Ekimov e Hincapie; a Telekom do Ullrich. Este bloco da UAE é muito forte, mas estará ao nível desses. E também não acho esta equipa muito acima da Jumbo de Vingegaard, Roglic, Kuss e Van Aert”, esclarece Azevedo, que não gosta de “analisar o ciclismo pela estatística, pois quando existe uma equipa dedicada a um líder, os outros corredores terminam a meia hora e não deixam de ter valor por isso”. 

Para Marco Chagas, “é subjetivo dizer que será a melhor equipa de sempre, mas trata-se de um conjunto de estrelas como nunca se viu”. “Têm quatro potenciais vencedores do Tour. Há um que está acima dos outros, mas os restantes poderiam estar numa Ineos com estatuto de líderes. É uma vantagem para a equipa, que no ciclismo pode haver um trambolhão de início e mudar tudo”, acrescenta. José Azevedo concorda: “Equipas só com um líder muito forte podem derrotar um bloco poderoso. Mas é evidente que com ele se torna mais fácil gerir a corrida, ter muitas opções é sempre uma vantagem”.

Com uma lista de participantes de alta qualidade, onde Jonas Vingegaard procura o tricampeonato, e Primoz Roglic, Remco Evenepoel e Carlos Rodriguez ambicionam o primeiro triunfo, numa rara batalha entre cinco equipas, a UAE Emirates assegura que o excesso de qualidade não complica a estratégia. “Há um líder claro, o Tadej Pogačar. Quando o João e o Juan pediram para ir ao Tour, disse-lhes logo que havia essa condição. Eles aceitaram”, afirmou o manager Matxin ao “Relevo”. Almeida reforçou: “Estar ao seu lado para o que for preciso, ir ao carro, reduzir o grupo de favoritos… Fazer isso com o Pogačar inspira-me”.

COVID-19 deixa Vingegaard apoio

A equipa Visma-Lease a Bike, que já enfrentou um número recorde de quedas, viu-se ontem novamente prejudicada com a saída de Sepp Kuss. O ciclista norte-americano, que não conseguiu recuperar de uma infeção por covid-19 contraída no Critério do Dauphiné, está fora de competição. Sepp Kuss, de 29 anos, vencedor da última edição da Vuelta, seria o principal apoio de Jonas Vingegaard nas etapas de montanha, tal como foi nas edições anteriores do Tour.

Para substituir Kuss, a equipa contará com Bart Lemmen, um ciclista neerlandês de 28 anos, que se tornou profissional há apenas duas épocas. Antes de se dedicar integralmente ao ciclismo, Lemmen dividia o seu tempo entre a bicicleta e os aviões da Força Aérea.

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