Estudo do CIES revela que a Primeira Liga é o campeonato mais faltoso do planeta, com uma média de 24,6 infrações por jogo.
O futebol português voltou a liderar um ranking internacional, mas desta vez pelos piores motivos. De acordo com o mais recente relatório do Observatório do Futebol (CIES), a Primeira Liga é a competição com mais faltas por jogo em todo o mundo, superando ligas historicamente intensas como o Brasileirão e a Serie A italiana.
Com uma média de 24,6 faltas assinaladas por partida, o campeonato português surge à frente do Brasil (24,5) e da Itália (24,5), consolidando uma imagem de jogo interrompido e excessivamente físico.
O ranking global das ligas mais faltosas
| Posição | Liga | País | Faltas por jogo |
|---|---|---|---|
| 1.º | Primeira Liga | Portugal | 24,6 |
| 2.º | Brasileirão | Brasil | 24,5 |
| 3.º | Serie A | Itália | 24,5 |
| 4.º | La Liga | Espanha | 22,1 |
| 5.º | Primera División | Argentina | 22,1 |
| 6.º | Ligue 1 | França | 22,0 |
| 7.º | MLS | Estados Unidos | 21,3 |
| 8.º | Bundesliga | Alemanha | 19,6 |
| 9.º | Premier League | Inglaterra | 19,5 |
| 10.º | J1 League | Japão | 19,2 |
Futebol português em contraciclo com a Europa
O relatório destaca que, ao contrário das principais ligas europeias, a Primeira Liga continua a registar um número de faltas muito acima da média, o que tem impacto direto no ritmo e na fluidez do jogo. Enquanto em Inglaterra ou Alemanha o espetáculo é privilegiado, em Portugal o apito soa quase uma vez a cada quatro minutos.
Analistas apontam critérios de arbitragem demasiado rígidos e estratégias defensivas mais agressivas como os principais fatores que explicam a diferença. O resultado é um futebol mais truncado, com longas paragens e menor continuidade de jogo.
Críticas à arbitragem e ao estilo de jogo
Vários treinadores e ex-jogadores têm manifestado preocupação com esta realidade. José Mourinho chegou a dizer recentemente que “em Portugal, jogam-se 60 minutos num jogo de 90”, enquanto Rui Borges defendeu “menos apito e mais futebol”.
Os dados do CIES vêm reforçar estas críticas e colocam a Liga portuguesa sob os holofotes internacionais — não pela qualidade, mas pela frequência com que o jogo é interrompido.
Um desafio para o futuro da Liga
Apesar do cenário pouco favorável, a Liga Portugal e a Federação têm vindo a promover iniciativas de sensibilização e formação de árbitros com o objetivo de reduzir o número de faltas e incentivar um futebol mais fluido.
Ainda assim, os 24,6 apitos por jogo mostram que o caminho para uma Liga mais moderna e dinâmica está longe de ser alcançado.









