Com apenas três provas para o fim do Mundial, o WRC entra na fase decisiva. Ogier lidera, Evans persegue e Tänak arrisca estratégia agressiva para travar a Toyota.
O Campeonato do Mundo de Ralis (WRC) vive um dos momentos mais emocionantes da década. A prova da Europa Central, que decorre entre Alemanha, Áustria e República Checa, marca o regresso do asfalto e o início da reta final de uma temporada marcada pela incerteza, pela consistência de Sébastien Ogier e pela ousadia de Ott Tänak.
Com apenas 43 pontos a separar os quatro primeiros, o rali pode redefinir por completo a luta pelo título. Ogier chega à prova na liderança, com 224 pontos, seguido de Elfyn Evans (222), Kalle Rovanperä (203) e Ott Tänak (181).
Ogier quer consolidar liderança e repetir glória no asfalto
O piloto francês da Toyota Gazoo Racing é o grande favorito à vitória. Campeão experiente e especialista em asfalto, Ogier procura somar mais um triunfo que o deixaria à beira do nono título mundial. A prova, com troços técnicos e traiçoeiros, traz memórias amargas de 2024, quando o francês abandonou após um erro em plena liderança.
Desta vez, Ogier abre a estrada e espera aproveitar o piso limpo nas primeiras passagens. “É uma prova que exige precisão total. Um erro pode custar o campeonato”, admitiu o piloto, à chegada à Alemanha.
Tänak aposta tudo e corre fora do campeonato de construtores
Na Hyundai, Ott Tänak adota uma estratégia agressiva. O estónio correrá fora do campeonato de construtores, o que permite à equipa introduzir melhorias no carro sem penalizações. O objetivo é claro: atacar e vencer.
O piloto utilizará uma versão atualizada do Hyundai i20 N Rally1 2024, focando-se na performance pura. A Hyundai sabe que este é o momento de encurtar distâncias para a Toyota antes das rondas finais no Japão e na Arábia Saudita.
“Tänak é imprevisível, e isso pode jogar a seu favor. Ele não tem nada a perder”, comentou um engenheiro da equipa sul-coreana à imprensa local.
Rovanperä de saída, mas ainda em destaque
Mesmo após anunciar uma pausa na carreira para perseguir um futuro na Fórmula 1, Kalle Rovanperä mantém-se competitivo. O jovem finlandês quer fechar a temporada com vitórias e despedir-se em grande, especialmente depois das dificuldades iniciais com os pneus Hankook.
A sua presença garante ainda mais emoção à prova, com a Toyota a tentar gerir o equilíbrio entre os seus três pilotos de topo — Ogier, Evans e Rovanperä.
Quatro dias de drama e técnica
O Rali da Europa Central arranca esta quinta-feira, com um pequeno troço de 25,6 km, mas o grosso da ação acontece entre sexta e domingo, com mais de 280 km cronometrados. Os troços de Keply, na República Checa, e Mühltal, na Alemanha, serão decisivos.
O sábado promete ser o dia mais exigente, com seis especiais e mais de 100 km de ação, incluindo zonas onde os erros não são permitidos. O domingo, com 78 km e a “Power Stage” final, deverá coroar o vencedor e, possivelmente, definir o rumo do campeonato.
Emoção também no WRC2
Na categoria WRC2, os espanhóis Alejandro Cachón e Diego Ruiloba procuram o melhor resultado da temporada em terreno que conhecem bem. A experiência no asfalto ibérico pode ser uma vantagem importante para ambos.
Toyota em vantagem, Hyundai em modo risco total
Com o título de construtores praticamente encaminhado para a Toyota, a grande incógnita está no campeonato de pilotos. Ogier é o favorito, mas Tänak promete atacar em todas as curvas. O Rali da Europa Central pode ser o ponto de viragem do WRC 2025 — ou o golpe final de um campeão imparável.







