Pinto da Costa no FC Porto…
Jorge Nuno Pinto da Costa, histórico presidente do FC Porto, faleceu esta noite, por volta das 20h00, terminando assim uma longa vida, grande parte dela, ao serviço dos Dragões.
A primeira eleição:
Seis anos depois de ter sido convidado por Américo de Sá para integrar o departamento de futebol do FC Porto, Pinto da Costa é eleito presidente do FC Porto a 17 de abril de 1982. É eleito com mais de 95 por cento dos votos, naquele que foi o ato eleitoral mais concorrido até então e foi empossado presidente do clube azul e branco a 23 de abril.
O primeiro título:
O primeiro título oficial na “era Pinto da Costa” surgiu no ano em que foi eleito, através do hóquei em patins. A modalidade não vencia qualquer título desde a implementação. em 1955, mas arrebatou a Taça das Taças. O futebol esperou um ano: em 1983, o FC Porto conquistou a Supertaça frente ao Benfica. António Morais era o treinador.
Conquista internacional:
Em 1987, o FC Porto ganhou nova grandeza debaixo dos holofotes internacionais. A final perdida na Taça das Taças, três anos antes, ainda amargurava o universo portista, mas, a 27 de maio de 1987, chegou a glória europeia, sob forma da Taça dos Campeões. Na mítica final de Viena, Madjer – com aquele calcanhar… – e Juary contrariaram o tento inaugural de Kogl. Seguiu-se um período auspicioso: a Taça Intercontinental, ainda no mesmo ano, e a Supertaça Europeia, no início de 1988.
Anos 90, a glória da sua presidência:
A entrada nos anos 90 marcou o início da verdadeira hegemonia do FC Porto no futebol nacional. Foram oito campeonatos, cinco conquistados de forma consecutiva no único “Penta” (entre 1994 e 1999) alguma vez registado no nosso país. E ainda houve tempo para três Supertaças e três Taças de Portugal…
Construção do Estádio do Dragão:
A viragem do milénio trouxe a necessidade de modernização e Pinto da Costa concretizou um dos seus desígnios de longa data: a construção de um novo estádio para o FC Porto, em substituição das Antas. Em 2003, nasceu o Estádio do Dragão, que foi inaugurado a 16 de novembro de 2003, com um jogo amigável entre portistas e Barcelona, onde despontava um tal de Lionel Messi. O convidado não estragou a festa e o FC Porto venceu por 2-0. Derlei e Hugo Almeida foram os marcadores de serviço.
Conquista Europeia:
Após três épocas com Sporting (duas vezes) e Boavista a arrebatarem o título nacional, Pinto da Costa fez aposta de risco em José Mourinho, mas a recompensa não poderia ter sido maior. O treinador que viria a ser conhecido como “Special One” pegou na equipa ainda em 2001/02, mas só na época seguinte criou impacto. E de que maneira! Além de um bicampeonato, o FC Porto venceu uma Taça de Portugal, uma Supertaça e, claro, a Taça UEFA e a Liga dos Campeões… em anos consecutivos. Um feito que muitos julgavam impensável no futebol moderno, mas que os dragões, encabeçados por Pinto da Costa e Mourinho, tornaram possível.
O segundo “Tetra”:
Nos anos 90, não houve “Penta” sem “Tetra”, mas a façanha de arrebatar quatro campeonatos de forma consecutiva teria repetição entre 2005 e 2009. Co Adriaanse e Jesualdo Ferreira foram os artífices, ao leme de uma equipa que contou com nomes marcantes como Lucho González, Quaresma, Lisandro, Pepe e Helton, entre outros.
Aquele ano de ouro com… André Villas-Boas:
Numa aposta em tudo semelhante à de José Mourinho, Pinto da Costa contratou André Villas-Boas, então jovem treinador, á Académica e voltou a beneficiar de um risco… calculado. A nível nacional, em 2010/11, os dragões só não levantaram a Taça da Liga. De resto, foi perfeito: campeões sem derrotas, Taça de Portugal e Liga Europa, batendo o Braga (1-0) na única final europeia jogada em português.
Mil vitórias ao 41.º ano:
O dia 29 de outubro de 2023 ficou marcado por um número redondo na presidência de Pinto da Costa. Em Vizela, ao 1368.º jogo ao leme do FC Porto, surgiu o milésimo triunfo. Taremi e Eustáquio foram os autores dos golos.
Ato eleitoral final:
Após 42 anos na função de presidente do FC Porto, Pinto da Costa deixa o leme do clube que amou desde pequeno. No ato eleitoral mais concorrido da história azul e branca, em abril de 2024, o ex-treinador André Villas-Boas levou a melhor nas urnas, reunindo cerca de 80 por cento dos votos do universo de associados portistas. Na história, ficou um legado indelével.