A F1 é, por definição, um desporto de números superlativos, onde se registam recordes de velocidade, vitórias e títulos mundiais.
Contudo, ao longo de mais de 70 anos de F1, o paddock acumulou também um arquivo de estatísticas bastante curiosas – algumas francamente bizarras – que celebram a persistência, o azar e a longevidade.
1. A volta com maior velocidade média (qualificação) — Juan Pablo Montoya, 2004, Monza
Em 2004, Juan Pablo Montoya fez uma volta em Monza (numa sessão de qualificação) com uma velocidade média de 262,242 km/h, durante um fim-de-semana que ficou marcado pelas velocidades extremas no “Templo da Velocidade”. Esse valor foi durante muitos anos considerado a volta com maior velocidade média na história da F1.
2. Maior velocidade máxima registada num evento oficial — Valtteri Bottas, 2016, Baku (qualificação)
Embora Montoya tenha registado velocidades estonteantes em Monza, o recorde oficial de maior velocidade medida numa sessão de F1 é atribuído a Valtteri Bottas, que atingiu cerca de 378 km/h durante a qualificação no GP da Europa em Baku, em 2016.
3. Maior espera até à primeira vitória — Sergio Pérez, 2020, Sakhir (190.º GP)
Sergio Pérez concretizou a sua primeira vitória apenas no Sakhir GP de 2020, na sua 190.ª participação em Grandes Prémios — até hoje o recorde da espera mais longa até ao primeiro triunfo na F1, uma verdadeira história de persistência.
4. Mais corridas até à primeira pole — Sergio Pérez, 2022, Jeddah (primeira pole)
Outro dado curioso de Pérez: a sua primeira pole surgiu só em 2022 (GP da Arábia Saudita, Jeddah). Esse “primeiro” aconteceu depois de muitas temporadas — um exemplo de como qualificar à frente e vencer cedo nem sempre andam lado a lado.
5. Mais corridas sem chegar ao pódio (até ser batido) — Nico Hülkenberg (record histórico terminado em 2025)
Durante anos, Nico Hülkenberg foi sinónimo de “o melhor sem pódio” — acumulou mais corridas sem subir ao pódio do que qualquer outro piloto na história da F1 até, finalmente quebrar esse jejum em Silverstone, em 2025, ao terminar em terceiro na 239.ª participação. A espera tornou-se notícia mundial quando terminou.
6. Mais corridas sem pole — Romain Grosjean (181 GPs; carreira até 2020)
Romain Grosjean disputou 181 GPs na F1 sem jamais conseguir uma pole position — estatística que revela o quão difícil é combinar regularidade e picos de performance em qualificação.
4th Lando Norris (McLaren)
— Formula 1 Through the Years 🏁 (@Formula1_OTD) October 2, 2025
5th Daniel Ricciardo (McLaren)
6th Lance Stroll (Aston Martin)
7th Max Verstappen (Red Bull)
8th Sebastian Vettel (Aston Martin)
9th Lewis Hamilton (Mercedes)
10th Pierre Gasly (AlphaTauri)
Singapore GP, Marina Bay Street Circuit, 2 October 2022.#F1 pic.twitter.com/S6oFNTNZDA
7. Mais voltas lideradas sem vencer uma corrida — Chris Amon (décadas de 1960/70)
Chris Amon é a personificação do “quase”: liderou centenas de voltas ao longo da carreira, mas nunca venceu um GP. É um dos casos mais tristes e estranhos da história da F1, onde talento e falta de sorte andaram sempre de mãos dadas.
8. Mais abandonos na carreira — Andrea de Cesaris (c. 147 retiros em 208 provas)
Andrea de Cesaris tornou-se célebre pela longevidade e pelas desistências: diversos registos apontam para cerca de 147 abandonos ao longo da carreira — um número que ilustra a fragilidade técnica e os riscos da competição, sobretudo na era em que corria.
9. Diferença de chegada mais curta — GP da Itália, 1971 (Peter Gethin vs Ronnie Peterson)
No mítico GP de Itália de 1971, em Monza, Peter Gethin venceu com uma margem de 0,01 segundos sobre Ronnie Peterson — uma das chegadas mais incrivelmente apertadas da história da categoria. Cinco pilotos separaram-se por apenas três décimos — um clássico absoluto.
10. A carreira mais curta (oficialmente memorável) — Marco Apicella, 1993, Monza (800 metros)
Marco Apicella disputou um único GP de F1 (Monza, 1993), tendo-se envolvido num acidente ainda na primeira curva da primeira volta — a sua participação durou cerca de 800 metros, tornando-se símbolo das carreiras instantaneamente abortadas na F1.
11. Classificação mais apertada de sempre — GP da Europa, 1997 (Villeneuve, Schumacher e Frentzen)
Na qualificação do GP da Europa de 1997, três pilotos conseguiram a incrível façanha de marcarem exatamente o mesmo tempo: 1:21.072 — Jacques Villeneuve, Michael Schumacher e Heinz-Harald Frentzen. O desempate foi feito por quem marcou o tempo primeiro: a prova de que nem a centésima-de-segundo chega.
12. Piloto Mais Velho no Grid (Atual)
O espanhol Fernando Alonso, ao competir aos 44 anos, em 2025, tornou-se o piloto mais velho a alinhar numa corrida de F1 nos últimos 50 anos, desde Graham Hill, em 1975. O recorde histórico de piloto mais velho a competir numa corrida, contudo, pertence a Louis Chiron, que o fez aos 55 anos no GP do Mónaco de 1955.
Alguém quer quebrar mais recordes mesmo. Vai ser no mínimo, interessante. #alonso #f1 #astonmartin #pilotos #fia #alpine pic.twitter.com/pEB1KzFedB
— Elaine (@Elaine88Nany) August 1, 2022
Pode ler aqui a Segunda Parte deste artigo, ligada aos recordes da F1.











