O treinador do Sporting falou antes do último jogo da época para os leões…
O Sporting fecha a temporada esta sexta-feira frente ao Vizela, uma temporada muito abaixo das expectativas, onde os objectivos foram caindo, alguns certamente demasiado cedo, como foi o caso da taça de Portugal, nesse sentido, Rúben Amorim confessou que a primeira coisa que fez antes de começarem a planear a próxima época foi precisamente colocar o lugar à disposição já que não conseguiu qualquer objectivo.
Apesar disso diz que sente vontade e que acredita que continuando é porque acha que tem condições para na próxima época fazer melhor do que esta.
O treinador dos leões praticamente garantiu a saída de Ugarte como tem vindo a público na imprensa, revelando que é muito difícil manter bons jogadores em Portugal, principalmente depois de falhar o acesso à Champions como aconteceu com o Sporting.
Veja tudo o que disse o treinador do Sporting antes do último jogo:
O que ainda há a dizer aos sportinguistas? Análise ao Vizela. “O campeonato ainda não acabou. Claro que a classificação está fechada, mas temos de vencer o jogo. Vimos de uma série boa mas temos coisas para trabalhar. O Dário vai ser titular. O Vizela joga de forma parecida ao Benfica, pressiona em 4x4x2, poderá alterar para linha de cinco, e nós trabalhámos isso porque queremos aproveitar cada minuto para melhorar a equipa. Houve objetivos falhados na época, mas os jogadores cresceram e viram que é difícil jogar no Sporting. Estamos preparados”.
Já chegou proposta do PSG por Ugarte? Vai ser difícil mantê-lo para a próxima temporada? Pode dizer que posições pretende reforçar? “Não posso dizer isso porque a temporada ainda não acabou, ainda temos um jogo. Sei o que isso mexe com os jogadores, dizer que tipo de jogador quero trazer. Não vou estar a fazer isso porque ainda estamos a terminar a época. Em relação ao Ugarte não posso confirmar nada, ultrapassa-me. É difícil manter jogadores como ele porque há muitos clubes interessados. Não é o meu trabalho. Eu sei aquilo que quero fazer com a equipa e já transmiti isso à direção. Estamos preparados para qualquer cenário”.
Luta na baliza… Quem vai jogar frente ao Vizela? “O Franco deu uma grande resposta e vai voltar a ser titular. A luta sempre foi do zero. Entendemos durante a época que o Adán era a melhor solução, mas sabíamos que o Franco dava toda a confiança aos treinadores. Não só o Adán como toda a gente no Sporting vai começar do zero, só assim seremos uma equipa competitiva. O Franco deu passos em frente na sua preparação como guarda-redes”.
As vendas estão definidas? Ou é preciso vender mais de um jogador? “Eu sei que às vezes me perguntam coisas e eu respondo, mas vou deixar isso para a direção. Qualquer comentário meu pode mudar alguma coisa nas negociações. Falhámos a Liga dos Campeões, mas mesmo nos outros anos tivemos de vender. O Ugarte é um dos jogadores mais cobiçados”.
Disse ao longo da época que se sentia diminuído caso o presidente o defendesse… Para os adeptos acontece o contrário, é o treinador que está a segurar o presidente. Opinião? Quem merece ser campeão este ano? “Razia não está planeada. Vamos ver o que acontece, depende das propostas. Falhámos a Liga dos Campeões e isso mexe com o planeamento. O importante é não cometermos os erros do passado. Quando tem de se vender, tem de se vender. Vamos preparar toda a gente para iniciar a próxima época. Eu não seguro o presidente porque o presidente é o responsável, dou a cara porque falo todas as semanas, o presidente não. Não vejo isso assim. Cada um tem direito à sua opinião. O que acho é que cada vez que o presidente falou, me deu confiança e disse que eu era um dos melhores do mundo, algo que eu não concordo. Não seguro o presidente, é o presidente que me segura a mim. Se o presidente quiser que eu saia, vou ter de sair e não o contrário. Não me quero meter em caminhos que não são os meus, vou deixar isso para a direção. Quem merece ser campeão é quem for campeão. Quem não mereceu ser campeão este ano? O Sporting Clube de Portugal. Demos o máximo. Não foi falta de esforço, foi falta de capacidade de sermos competitivos”.
Já referiu que a margem para a próxima época é reduzida. Qual é a margem mínima com que está disposto a continuar? Acha que continua no cargo se o começo da próxima época for igual ao desta? “Nas conversas que tivemos com o presidente, a primeira coisa que disse é que punha o lugar à disposição devido à falha nos objetivos, isso foi muito claro logo no início da reunião. É a única maneira de eu sair do Sporting se calhar, porque quando está tudo bem e eu não quero sair… Confio em toda a gente e confio no nosso trabalho, mas sei como são as coisas. Numa época em que há objetivos falhados… Sei o que vem aí para a próxima época. O nosso trabalho é vencer jogos. Acredito que vamos dar a volta à situação e voltar ao nosso normal, que desde que estamos aqui é ganhar muito mais jogos do que perder. Estou muito confiante que vamos voltar ao normal. Depois de uma época difícil, sei que a época a seguir se torna mais difícil e com menos crédito”.
Bellerín fica? Lamptey é um jogador que agrada? Contra o Vizela vai aproveitar para ver segundas escolhas? “Vamos ver uma ou outra nuance, dar mais minutos ao Dário. A equipa B estava a lutar, mas o Dário vai estabilizar na próxima época na equipa principal. Mudar tudo à volta cria dificuldades. Há coisas na defesa que queremos ver e vai jogar a melhor equipa no próximo jogo. Vimos de uma série boa que não conta nada para o próximo ano, mas acredito que é importante continuar a sequência. Héctor? Não vou comentar. Temos ainda um jogo e depois logo pensamos nisso”.
Arrependimentos… “Acho que foi um conjunto de coisas. A forma como o defeso acabou, pelo impacto que teve na equipa, acho que foi um grande erro e causou bastante dano na nossa equipa e até na relação entre todos lá dentro no Sporting. Depois demorámos tempo a acertar. Em certos momentos também não tivemos sorte. Quando fomos campeões eu falava na sorte, mas toda a gente dizia que foi por causa da sorte. Acredito que este ano, em jogos em que dominámos, não tivemos a sorte. Fomos bastante inconsistentes. Não diria que houve um momento marcante. Arrependo-me várias vezes. Às vezes acabo os jogos e arrependo-me de muita coisa. Quando se ganha esquece-se, mas houve muitos arrependimentos. Eu sou responsável. Quando o Matheus [Nunes] saiu, demorei muito tempo a centrar-me outra vez no essencial e andei um bocadinho frustrado umas semanas. Foi difícil para mim lidar com esse momento”.
Se Ugarte sair, prefira que saia agora? Olhando para toda a época, foi dado um passo atrás? Onze para amanhã… “Vai jogar o Franco, o Esgaio, Inácio, Seba, Matheus Reis, Nuno Santos, Dário, Morita, Pote, Paulinho e Trincão. Em relação ao Ugarte… Os jogadores que for para vender, todos os treinadores diriam que podiam sair já para prepararmos as coisas com mais calma. Acho que é um momento em que temos de ter muita confiança no que fazemos. Nunca investimos mais do que aquilo que podíamos nos últimos dois anos, construímos uma equipa a investir muito menos do que aquilo que vendíamos. E temos de continuar. A indicação que me deram é que ninguém vai investir mundos e fundos para apanhar aquilo que não conseguimos este ano. Temos de fazer as coisas com calma. Num ano vendemos o Acuña, o Wendel… Com uma equipa muito jovem… Não estamos nesse ponto. É preciso confiança, muita calma e confiar no que temos vindo a fazer”.
Dérbi com o Benfica e o lance do segundo golo do Benfica. “Não fui ver o lance. O que me foi dito é que era falta, mas isso pode acontecer para os dois lados. O que me pareceu é que com duas ou três situações que não vou dizer aqui, podíamos ter tido mais bola. São coisas tão básicas… Baixámos um bocadinho na pressão, e disse isso, o Nuno Santos começou a baixar muito quando devíamos ter pressionado. O meu foco foi esse, não se o lance era falta ou não. Sofremos o segundo golo mesmo a acabar e esse foi o meu foco quando vi os lances do jogo”.