Treinador português agradece o apoio dos adeptos
Já passaram alguns meses desde que Ruben Amorim assumiu o comando técnico do Manchester United, sucedendo a Erik ten Hag. Em conferência de imprensa de antevisão ao jogo frente ao Bournemouth, a contar para a 34.ª jornada da Premier League, o treinador português garantiu que não se arrepende da decisão de ter deixado o Sporting, apesar dos desafios enfrentados.
“Sem arrependimentos. Não neste momento. Se me perguntassem tipo há quatro meses, com todos os problemas, talvez sinta que deveria ter sido mais forte no início da temporada. Mas, hoje, tenho a sensação de que isso é algo que nos vai ajudar no futuro. Estamos a sofrer muito, houve muita frustração e sofrimento. Mas sinto, neste momento, talvez por ser o momento mais importante, que vamos usar todas as informações para nos prepararmos melhor para os próximos anos. Então, sem arrependimentos. Acho que é o máximo que um treinador pode alcançar, então não me arrependo de nada”,
Amorim também fez questão de agradecer o apoio dos adeptos, embora reconheça que a paciência poderá não ser eterna. “Sei que as pessoas entendem o que estamos a tentar fazer. Mas também sei que sem resultados e boas exibições esse apoio poderá acabar na próxima época. Então, sou muito grato por isso, mas sei que, no futuro, acabará se não obtivermos resultados”, salientou.
O técnico foi ainda confrontado sobre as ideias de jogo que está a implementar e se alguma vez ponderou mudar de estratégia. Recordado de ter afirmado que esta equipa poderia ser a pior da história do clube em termos de resultados, Amorim não fugiu ao tema.
“Em termos de resultados, e eu estava a dizer desde que cheguei, talvez seja o pior treinador e sejamos a pior equipa em termos de desempenho e com os piores resultados da história do Manchester United. E isso é claro. É um facto. Acho que estamos a melhorar na forma como jogamos. Não me arrependo de ter vindo para Manchester. Arrependo-me muito, depois de uma semana, quando perdemos e vejo o jogo. Arrependo-me muito de pequenas coisas. Então, estou sempre a duvidar do que fizemos no passado e a tentar melhorar. Não me arrependo de ter chegado ao clube, mas, se olharem para os últimos seis meses, arrependo-me muito. Deveria ter sido melhor em certos momentos”, explicou.
Sobre as críticas ao seu sistema de jogo, o treinador mostrou serenidade. “Não, porque não gosto de me defender. São os resultados. Não me posso defender com os resultados. Tenho uma ideia de como jogar. As pessoas veem um sistema, eu vejo um sistema que se pode adaptar em vários. Sei que é difícil, sei que é diferente, mas não tenho nada a dizer aos críticos porque, se olharem para os resultados, estão certos. Portanto, espero que os meus resultados no futuro falem por si”, afirmou Amorim.
O Manchester United ocupa, atualmente, o 15.º lugar da Premier League e sonham conquistar a UEFA Europa League como forma de garantir presença na próxima edição da Liga dos Campeões.
“Vimos isso no Milan no passado, com muitos problemas. Grandes equipas que, quando analisas um contexto, são realmente difíceis, e então entendes que, em janeiro, perdemos, e estão a falar de Rashford e Antony… perdemos esses jogadores. E não trouxemos novos. Foi um risco, mas acho que há coisas aqui que são mais importantes do que marcar mais 10 golos nesta temporada. Estamos a tentar fazer algo mais importante. Podemos prejudicar o plantel agora, mas, no futuro, vai ajudar o clube. Acho que estamos nesse caminho”, concluiu o treinador português.