Benfica recebe amanhã o Barcelona, em jogo da 7ª jornada da Liga dos Campeões
Declarações à BTV
O Barcelona tem o melhor ataque desta Liga dos Campeões. Já o Benfica é a quinta equipa com mais roubos de bola. Esse compromisso poder ser decisivo para este jogo?
“Esse compromisso, e depois olharmos para nós próprios. Como podemos criar oportunidades para marcar os nossos golos. E depois, tão importante quanto isso, será o apoio dos adeptos. O que vivemos no jogo com o At. Madrid foi fantástico, o apoio dos adeptos empurrou-nos para a vitória. Temos um adversário difícil pela frente, mas temos de perceber muito bem o que temos de fazer, com 90 minutos muito competentes”.
Di María foi visto no treino de hoje. Está disponível?
“Sim. Está apto, sem dor, mas ainda temos mais um dia para avaliar. Tem treinado individualmente, hoje esteve com a equipa e treinou bem”.
O Barcelona alia o tiki taka a um jogo mais direto. O Benfica vai ser verdadeiramente posta à prova?
“O nosso trabalho é muito similar e também chegámos a essa conclusão. Nota-se um misto do ADN do Barcelona, que gosta de ter bola, mas que a todo o momento também pode atacar rápido em dois ou três toques. E parte disso vem também da qualidade dos homens que jogam nos corredores. Vejo um misto disso. De uma equipa em posse mas que também sabe atacar a verticalidade. Temos de estar preparados para isso, controlar o adversário, e perceber muito bem o que temos de fazer em duas situações: quando a bola está no nosso meio-campo, e quando está no meio-campo ofensivo. Sinto que preparámos bem o jogo. Agora é moralizar os jogadores, sentir o apoio dos adeptos e preparar 90 minutos muito bons”.
Conferência de Imprensa
Como vai o Benfica para o melhor ataque da Champions?
“Antes de responder à sua pergunta, vou fazer aqui uma consideração relativamente à conferência do Leandro, porque foi muito boa. Há dois ou três apontamentos que é bom de ouvir quando são ditos por um jogador. Em particular a resposta que deu à pergunta da CMTV. Isto é o soldado que todos os treinadores querem ter numa equipa. Dentro de campo está a corresponder, e fora fez uma intervenção muito boa. Sobre o jogo, há dois aspetos fundamentais: o primeiro é olharmos para nós, o que temos de fazer, como jogar, perceber o momento com bola e sem bola. Como criar problemas a uma linha defensiva que joga normalmente subida. E depois, o outro ponto determinante, é o apoio que temos sentido em casa, dos nossos adeptos. Em jogos de Champions é sempre especial e tem sido muito importante em noites europeias”.
Relativamente a Manu Silva e às alternativas que tem para a posição 6. Florentino tem rodado com Kökçü. Confia nas alternativas que tem agora à sua disposição? Aquando da sua primeira passagem, Florentino perdeu o lugar para Weigl em janeiro…
“Na minha primeira passagem… Tenho confiança nos nossos jogadores. Não vou comentar nenhuma situação de mercado. Acho que é importante as pessoas perceberem que o que quero não são titulares nem suplentes. A resposta que o Leandro deu é muito boa. Os jogadores têm de estar prontos para jogar. Florentino perdeu espaço em janeiro. E jogou em outubro, novembro ou dezembro? Esteve lesionado… Muito tempo. Lesiona-se à 4.ª jornada em Braga, com um problema no joelho. Os jogadores têm de estar prontos para jogar de três em três dias. O Tino é outro soldado, está sempre pronto. É isso que quero dos meus jogadores, que estejam sempre prontos e disponíveis. Essa confiança de treinador para jogador e vice-versa vem das oportunidades que vão tendo”.
Di María está a 100%? Poder contar com ele para fazer os 90 minutos?
“Ainda temos mais um dia para analisar. O mais importante é que treinou, esteve com os colegas. É um jogador experiente, amanhã vou falar com ele para perceber o estado dele. Mas sei que está pronto. Vai estar tão pronto como esteve para jogar com o At. Madrid, com o FC Porto ou na final com o Sporting. Gosta destes jogos, mas temos de perceber o que é o melhor para a equipa e para o momento do jogador”.
O objetivo do Benfica nas competição ainda passa pelo apuramento direto?
“O nosso objetivo tem de ser, primeiro, olhar para o jogo e tentar vencê-lo. Segundo, olhar para os pontos. Há um estudo que nos diz que, eventualmente, 15 pontos podem chegar para o apuramento direto. Ainda temos a possibilidade de atingir esses 15 pontos. Mas amanhã temos de jogar bem, criar as nossas oportunidades, vencer, lutar. E depois veremos se conseguimos chegar a essa meta”.
O Barcelona é candidato a ganhar a Champions?
“Claro que sim. Por aquilo que estão a fazer e pelo histórico. É uma equipa com enorme qualidade, quer em termos individuais, com jogadores fantásticos, como nós, e coletivos. É um misto da cultura do Barça, uma equipa que gosta de ter posse, mas já se nota o cunho do treinador. Um jogo também mais vertical, mais forte na pressão, nas transições ofensivas, a explorar muito os corredores laterais. É um adversário muito competente e temos de encarar este desafio com enorme ambição”.
Tendo em conta o que o Barcelona está a demonstrar, pondera alterar a estratégia para este jogo?
“Estrategicamente temos de mudar porque são jogos diferentes. O que não podemos mudar é o que temos vindo a construir, que é a forma de jogar, defender, atacar. E depois, é perceber três coisas: como jogar com bola no nosso meio-campo, como jogar quando tivermos bola no meio-campo ofensivo, e perceber como criar problemas a uma linha defensiva que joga muito subida. Foi isso que fizemos hoje. Preparámos a equipa nesse sentido, senti os jogadores muito confortáveis. E amanhã é ali, na hora de jogo, que temos de colocar qualidade individual, a nossa dinâmica de jogo, e também o lado estratégico.”
Di María, Schjelderup e Aktürkoglu são boas dores de cabeça… Vai ter de optar por um eles. Di María, Schjelderup podem jogar juntos neste jogo?
“Dos sete [que há no plantel] vão jogar dois. Tudo pode acontecer. Mas o que é importante? O que o Barreiro disse. Estarem prontos para jogar independentemente do estatuto e idade. E eu, como treinador, perceber qual o melhor onze. Se Schjelderup está preparado? Estão todos. Incluindo o [João] Rêgo. O desafio nesta casa é o de preparar pessoas. E não é só colocá-las lá dentro. O desafio é provocarmos o jogador. Há três meses, desde que chegámos, é provocar os jogadores, olhar para eles e perceber como posso perspetivar a evolução deles. Há talento em todos e um plano para cada um deles evoluir, uma forma de jogar que todos têm de entender, e depois a capacidade de trabalho. E corresponder quando for dada uma oportunidade. Hoje tivemos 26 jogadores no treino, todos eles de enorme qualidade. A partir do momento em que têm uma oportunidade, têm de corresponder”.
Este jogo é considerado um clássico europeu. Vai ser o seu primeiro jogo frente ao Barcelona…
“São estes jogos que queremos jogar. Você não estava cá, mas já disse isto duas ou três vezes. Há um mês, vi os meus filhos a ver o João Félix a jogar um Barcelona-PSG. Estava na bancada, e hoje vou estar contra o Barcelona. Do outro lado, o Barcelona também vai achar este desafio muito interessante, é um grande clube. Vai ser um clássico europeu, um jogo muito interessante, e é por isto que vivemos. O que queremos é contribuir para uma grande noite europeia, olhar para nós e esperar um grande apoio dos adeptos”.