Benfica recebe amanhã o Santa Clara para a Taça da Liga, a partida tem início marcado para as 20h15
Visto o jogo ser a eliminar, está à espera de um Santa Clara diferente?
“Não prevejo uma equipa diferente do que aquela que jogou há cerca de mês e meio connosco. Assim como para nós. Nada muda, desde o momento em que cá cheguei todos os jogos são encarados como finais. Amanhã é mais uma final para nós, temos de estar na final four e novamente com a ambição de fazer um grande jogo. É um adversário muito competente, que está a fazer uma excelente campanha no campeonato. Temos de estar com uma ambição enorme de fazer uma grande exibição e seguir em frente na prova”.
A ter que fazer uma escolha esta prova passa para segundo plano?
“A prioridade neste momento é sempre o próximo jogo. Queremos procurar a consistência que pretendemos ter. Há duas coisas que vão sempre contra isso: o espaço temporal em que ficamos por vezes sem competir, e outra são as alterações sem haver uma base sólida. Vou olhar para o jogo da mesma forma que olhei para o último. Se entender que há outros jogadores que podem entrar para o onze, assim o farei. Trata-se de uma final para nós e temos a ambição de seguir em frente”.
Como vê a possível saída de Rúben Amorim do Sporting, dada que se trata de um rival direto?
“Entendo que é o assunto do momento, mas para nós o assunto do momento é o Santa Clara. O Rúben é treinador do Sporting, não vamos jogar contra o Sporting. O importante para nós, e a competir de três em três dias, é estarmos muito focados no Vasco e no excelente trabalho no Santa Clara”.
Renato Sanches está apto para fazer parte do onze titular? É correto pensar que vai ter o mesmo impacto que teve na primeira passagem pelo Benfica?
“Sinto o Renato à semelhança de todos os outros jogadores. Todos podem ser titulares a qualquer momento. O Renato tem dado boas respostas nos jogos que entrou e nos treinos que tem vindo a realizar. E claro, o impacto que possa ter… Foi contratação do clube, todos acreditam nele e todos o conhecem. Eu já o treinei no Swansea e todos sabem do impacto que teve lá e o quanto lamentámos a sua lesão após o contributo que deu à equipa. É muito importante para nós, mas coloco-o à semelhança dos outros, que têm feito um trabalho muito positivo. Estão todos próximos de jogar. A jogar de três em três dias não há titulares, há aquilo que quero que a equipa tenha: cada vez mais consistência de rendimento. E sinto que esta equipa o pode atingir”.
Pavlidis está os furos abaixo de Gyokeres e Samu…A falta de golos do avançado pode ser um problema para o Benfica?
“É uma questão muito interessante, olhar para o individual e comparar o ponta-de-lança do Benfica ao do Sporting e FC Porto. Mas temos de ver a questão em termos coletivos, e quando olho para os dados, vejo que temos, nos jogos que realizei enquanto treinador, 26 golos marcados e seis sofridos. Tenho de olhar para o rendimento da equipa, para o rendimento ofensivo, e estou satisfeito. Para os golos surgirem tem de haver um trabalho de toda a gente, e toda a gente ataca e defende. As movimentações do Pavlidis são muito importantes, especialmente para o Kerem fazer os golos que fez. Tenho de olhar para o coletivo, mas claro que há coisas em que todos podem melhorar. Acreditamos que com tempo e trabalho todos vão melhorar. Há três jogos, Pavlidis jogou na seleção e marcou dois golos em Wembley. O mais importante é dar total confiança a todos os jogadores para que eles possam contribuir a cada oportunidade”
Como analisa as entradas de Amdouni e Schjelderup no jogo frente ao Rio Ave? As suas exibições pode valer-lhes a titularidade, neste jogo, assim com a António Silva, Florentino ou Rollheiser?
“Estão a tocar exatamente nos jogadores que têm saltado do banco e dado um contributo enorme. E isso deixa-me muito satisfeito. Foi o Renato, Amdouni, Schjelderup. Até vou falar do Beste, que ainda não mencionaram, que fez dois bons jogos quando entrou. O que quero neste momento é que eles percebam que têm de dar o contributo quando forem chamados. O que quero neste momento é perspetivar o rendimento que podemos vir a ter e ter consistência no jogo. No último jogo senti que para aquele momento tinha de fazer uma alteração em termos de estratégia e exposição da equipa, e coloquei o Beste em campo para tirar o Florentino. É dessa maneira que vamos jogar amanhã: olhar para o que os jogadores têm vindo a fazer. Estamos completamente satisfeitos com a equipa e vamos perspetivar o melhor onze para vencer amanhã”.
Sente que Pavlidis está pressionado pela falta de golos? Teve alguma conversa com ele?
“Vou usar a palavra que usou, que é a pressão que tem de fazer quando temos de defender. E todos têm feito um trabalho fantástico nesse sentido. Reforço que a visão da nossa parte tem de estar na análise coletiva. O ponta-de-lança vive de golos, gosta de dar o contributo com golos, é sempre o jogador que é avaliado em função dos golos, o único contributo que às vezes é mais visível é esse. Mas temos de ver a questão de outra maneira. Falo com toda a gente. Fazemos a análise praticamente a seguir a cada jogo, em termos globais e individuais. Quando não temos tanto tempo para trabalhar, tem de ser esta a forma de trabalhar. Analisar e perceber, colocar jogadores a perceber as movimentações dos outros. É um trabalho que temos estado a fazer. Entendo a pergunta. A nossa visão é mais global e é isso que faz sentido”.
Como estão Barreiro, Prestianni e Tiago Gouveia?
“Estão os três a evoluir muito bem, treinaram à parte. Ainda não estão com a equipa”.
Benfica entrou em campo à menos de 48 horas fala na sobrecarga competitiva, faz sentido ter esta competição nesta altura? Que analise faz ao formato da competição?
“A sua pergunta é a mais difícil… Vou por partes. Acho que faz sentido a competição. Preferia uma fase de grupos. O que gostava de ter era tempo para treinar, independentemente de ter feito a pré-época ou não, temos de pensar e ponderar o tempo que há para treinar. Os jogadores precisam de ter tempo para treinar, recuperar, e depois para voltarem à competição. Queria refletir um pouco acerca do que acontecia há cinco anos. Tínhamos mais tempo para treinar entre jogos, até mesmo entre períodos para a seleção. Temos de arranjar um espaço temporal entre jogos e depois enquadrar as competições, poder jogar para as Ligas nacionais no fim-de-semana, da Liga dos Campeões a meio da semana. Mas acho que devia haver mais espaço. Qualquer dia só temos a pré-época para o fazer. Se daqui para a frente houver mais uma competição, nem isso vamos ter… Para a qualidade dos jogos, para haver menos lesões, acho que o espaço entre jogos devia ser maior. E para as equipas tomarem automatismos…”