Sporting desloca-se esta quinta-feira a Moreira de Cónegos, em jogo da 13ª jornada, ater início às 20h15
Apesar de o cenário não ser o melhor, o Sporting continua em primeiro, com o melhor ataque e a melhor defesa e não só. É isso que passa pela cabeça dos jogadores? O Moreirense ainda não perdeu em casa esta época.
“Sim, Moreirense está numa boa fase. Não perderam em casa e temos isso bem claro na nossa cabeça. Continuamos líderes, melhor defesa, melhor ataque e queremos regressar às vitórias. É esse o foco e é o que queremos no próximo jogo”.
O Sporting já sofreu mais golos estas últimas partidas do que aqueles que tinha sofrido na I Liga até então. Esta partida é crucial para recuperar a confiança?
“Sofremos mais golos mas também tem influência o jogo com o Arsenal. Podíamos ter chegado ao 3-2, mas acabámos por sofrer 5 golos. Depois perdemos contra o Santa Clara, duas derrotas seguidas, algo que não acontecia há algum tempo. Não diria que a vitória é determinante, mas é importante. Vai ser isso que vamos tentar alcançar amanhã”.
Bernardo Silva disse há tempos que o Sporting era a melhor equipa de Portugal. Como a mudança no comando técnico parece que os jogadores não estão a jogar o que era habitual. Como analisa isso?
“Pressão tenho desde que sou treinador, começou nos sub-23. Sob pressão estou sempre. Não me deixo acomodar, estou sempre à procura do melhor. Todos sabemos o timing que foi. Uma equipa que ganhava sempre, com um treinador que estava aqui há alguns anos. Vamos estar sempre a bater na mesma tecla. As coisas mudaram, o treinador que foi não vai voltar, e estamos preparados para os desafios que se avizinham. Queremos tentar a vitória contra o Moreirense”.
Acha que o balneário ainda vive preso ao passado? Isto tem presado na sua cabeça nos últimos dias?
“Não há dúvida alguma. Não é numa semana que se muda o que aconteceu em quatro anos. Sinto os jogadores confiantes, com a equipa técnica, com o clube e querem regressar às vitórias. Santa Clara? Perdemos, mas tivemos mais remates, posse de bola, oportunidades. E devíamos ter criado mais ainda. O resultado poderia ser outro e neste momento não estávamos a falar disto. Perdemos, mas estou confiante de que tudo vai mudar”.
O que disse aos jogadores depois o jogo com o Santa Clara? O Moreirense já roubou pontos rivais e afastou o FC Porto da Taça de Portugal… Falou com Frederico Varandas? Tem sido alvo de contestação por parte dos adeptos…
“Falei com os jogadores como falo todas as semanas, de maneira a preparar o jogo da melhor maneira. Não sou um treinador que faz uma coisa quando ganha e outra quando perde. Não podemos ser levados com os resultados, não mudo consoante o vento. Tenho as minhas convicções e vou continuar com elas porque acho que é assim que vamos melhorar. Contestação? É normal. Vamos outra vez falar em 11 vitórias seguidas, grande campanha na Champions, e de repente aparecem duas derrotas. Tinha de estar preparado para o que ia acontecer, já sabíamos que é normal as pessoas falarem se perdêssemos. Temos de fazer o nosso trabalho? Nervoso? Se ficasse nervoso não podia estar nesta profissão. Claro que não fico contente quando perco, mas temos de respeitar [quem critica]”.
O empresário de Gyokeres disse que o avançado só tinha ficado por causa de Ruben Amorim. Que jogador encontrou? Está desmotivado? De que forma encarou a aproximação dos rivais?
“Disse antes que o campeonato não estava resolvido em dezembro. Queremos continuar líderes. O Viktor continua com a mesma fome e com a mesma vontade de treinar dos outros jogadores”.
O Sporting sentiu dificuldades com o Santa Clara, não teve identidade. É difícil passar a mensagem? É capaz de voltar atrás se sentir que as suas ideias não estão a passar?
“Isso das ideias do outro treinador é difícil. Se tentar fazer isso, apesar do sistema ser parecido, não sei exatamente em que se baseava. Vou imitar uma coisa que não sei replicar? E no final do jogo, o que vou dizer? Para fazerem o que estavam habituados? Já viram que as coisas não são muito diferentes, não jogamos de repente em 4x4x2 ou 4x3x3. Temos de ver o momento. Tínhamos só vitórias – tirando a Supertaça – e de repente perdemos 5-1 em casa. É normal os jogadores quererem dar uma resposta rápida para mostrar que esse jogo tinha sido um erro. A bola não entrou, começaram a ficar um bocadinho mais ansiosos. Depressa e bem não há quem. Foi isso que complicou um pouco, mas não foi por falta de ambição e atitude que perdemos o jogo”.
Pala além de Israel e Quaresma, há mais lesionados?
“O Quaresma não está a 100% ainda e o Franco continua doente”.
O legado de Amorim é muito pesado para si?
“Já falei disso. Quem viesse para aqui ia sempre ter essa herança. Toda a gente diz, e eu concordo, até porque não sou muito velho, que Amorim foi um dos melhores treinadores da história do Sporting. Pegou no clube numa determinada altura e condição, e ao fim de 4 anos e meio o Sporting luta sempre para ganhar e vencer. Claro que a herança é pesada, mas já sabia”.
Vai continuar a apostar em Marcus Edwards?
“Amanhã verão o onze, Edwards conta como todos os jogadores”.
Ambiente em Alvalade pode ser fundamental numa fase menos boa? Sente que é ainda mais importante segurar o balneário?
“Acho que o balneário está coeso, os jogadores estão juntos, o staff, toda a gente quer rumar para o mesmo lado. Ninguém quer ganhar mais do que nós. Mas sabemos que foi uma grande mudança, pode ter afetado aqui e ali. Os jogadores estão confiantes. Agora é tirar um pouco dessa ansiedade e as coisas vão começar a correr melhor”.
O Sporting registou a pior exibição da temporada frente ao Santa Clara. Sendo que esta era uma equipa que jogava de olhos fechados, não é possível que isso tenha acontecido só por causa da mudança de treinador. Sente que o grupo acredita no seu processo?
“Acredita. Acho que o que falta é o clique de ganharmos. Como disse, a equipa também sente quando vem de muitas vitórias seguidas. Lembro-me quando fomos campeões com o Ruben, dos jogos que ganhámos aos 80 minutos, aos 90. Porque sabíamos que ia dar. Era a aura que existia. De repente, o Ruben sai. Os jogadores ficam ‘será que vai dar?’. É isso que cria ansiedade. A partir do momento em que ganharmos o primeiro jogo as coisas vão correr como corriam anteriormente”.