Aos 40 anos João Pereira assume a equipa principal do Sporting
Mensagem aos adeptos do Sporting:
“Privilégio, honra e orgulho estar a ser apresentado como treinador do Sporting, agradecer a confiança depositada em mim. Queria deixar uma palavra de agradecimento ao Ruben pelo que fez e pelo que conseguiu no Sporting. O legado dele não são só conquistas, mas também a união no seio da família sportinguista. O futuro traz responsabilidade, mas vem de mãos dadas com ambição de tornar no Sporting um clube de futuro. Peço aos adeptos que continuem a apoiar a equipa como têm feito nos últimos tempos, juntos estaremos mais perto das vitória”.
Sente alguma magoa por não ter sido campeão pelo Sporting enquanto jogador?
“Agora quero corresponder dando mais títulos. O Sporting deu-me muita coisa, permitiu-se ir à seleção, uma transferência para uma das maiores ligas do mundo, voltei a casa duas vezes e só conquistei dois títulos. Gostava nesta nova etapa da carreira corresponder com mais títulos”.
Luís Neto será uma peça-chave na sua equipa?
“Fui eu que pedi ao presidente e ao Viana, pela experiência que tem como futebolista, vai ter um papel fundamental no dia a dia no nosso clube. Vai dar a experiência de quem foi jogador e será muito importante para o futuro do Sporting”.
Pesa-lhe a herança positiva deixada por Ruben Amorim? Já pensou e “se corre mal”?
“Se tivesse dúvidas e se pensasse que correria mal, não estaria aqui, estaria em casa com os meus filhos. Isso não me passa pela cabeça, faltam muitos jogos, mas temos de ser positivos e estou confiante que as coisas vão correr bem”.
Como foi o “passar de pasta”? Que relação tinha com o Ruben Amorim? Que cunho gostaria de implementar no Sporting?
“A relação era muito próxima, havia uma comunicação muito limpa e muito clara, porque o Ruben não queria estragar as dinâmicas da equipa B e tenho de lhe agradecer por isso. Depois, sempre me abriu as portas da equipa principal, tenho de lhe agradecer. Quanto ao cunho, vai ser com calma, paciência, vamos ter de ganhar a confiança dos jogadores, foram 4 anos e meio de uma liderança, precisamos de tempo, mas vamos notar as diferenças”.
O que pede acrescentar à herança deixada por Amorim?
“Quando disse que queria ser treinador o objetivo era num grande clube. Felizmente foi nesta casa, que é a minha casa. Não esperava que fosse tão rápido, mas a opotunidade surgiu e estamos preparados para os desafios que aí vêm”.
Com é o João Pereira, treinador? Que pedido lhe fizeram?
“Pediram-me para ser eu próprio, o maior erro seria querer imitar alguém. Tem de ser passo a passo, com calma, não se muda as coisas de um dia para outro. O João Pereira treinador detesta perder, sou muito competitivo, quero que as minhas equipas sejam muito aguerrdas estou muito mais calmo do que quando era jogador”.
Passou pelo escritório de Amorim?O que é que ele lhe passou?
“Ainda não fui ao gabinete porque ontem tivemos jogo. Chegámos tarde e a única alegria que tivemos ontem foi o resultado da equipa A. Há uma coisa que levo do Ruben, recordo uma conversa: ‘João sempre que queiras inserir uma coisa nova na tua equipa e não consegues passar isso, é porque ainda não estás preparado para passar’. E é verdade, tenho de lhe agradecer por isso”.
O que lhe passou pela cabeça quando o presidente lhe ligou?
“Pensei que tinha de ganhar ao Lusitânia. Era um processo que estava a ser preparado há algum tempo, a preparação tem sido feita nos últimos anos, fiz o trabalho de casa, tenho confiança no que posso trazer no clube”
Ansioso por começar a trabalhar, já falou com a equipa? Tem pela frente o Amarante e o Arsenal.
“Vamos ter poucos jogadores o que é de louvar, é sinal que o Sporting é uma equipa de grandes jogadores que vão às seleções. Jogadores da equipa B vão completar o plantel. Vamos pensar jogo a jogo, o mais importante agora é o do Amarante. De certeza estaremos preparados para o que aí vem”.
Ruben Amorim referiu que se sentia um treinador invejado. O João Pereira sente-se privilegiado ou pressionado?
“A pressão faz parte do futebol, se calhar tenho essa bagagem de quando era jogador. As pessoas vão estar curiosas, algumas terão dúvidas, mais importante é eu e a minha equipa técnica não termos dúvidas”
O que vai fazer para ter a confiança dos jogadores?
“Foram 4 anos e meio de uma liderança, desenvolveu uma grande relação com todos os jogadores, mas será uma relação que vai evoluir e sedimentar”.
A sua forma de jogar:
“Quem estava atento à equipa B este ano e sub-23 nos anos anteriores eramos comparados À equipa principal e acho que isso vai ajudar na nossa adaptação, os jogadores já têm muito desses comportamentos e nós vamos tentar introduzir a nossa mãozinha. Ideias de jogo, equipa consistente defensivamente, pressionante, saber os posicionamentos, os espaços livres…”
O que disse ao seu pai?
“Ainda não falei muito bem com ele, a única passoa que sabia disto, além da direção, era a minha mulher. Nem mesmo a minha equipa técnica porque não queria criar distrações. Acho que só hoje vou dar um grande abraço ao meu pai, que é um grande sportinguista. Uma das maiores alegrias que lhe dei foi ser campão aqui e ele ter tido a possibilidade de pisar o relvado comigo. Ele deve estar em casa a ver isto ‘um abraço para ti’.”