Martín Anselmi antevê o confronto entre o FC Porto e o Al Ahly.
Depois da derrota diante do Inter Miami, por 2-1, Martín Anselmi fez a habitual conferência de imprensa, que antecede o derradeiro embate do FC Porto no Grupo A do Mundial de Clubes, frente ao Al Ahly.
Tudo ou nada, o que está à espera?
“Creio que, para lá de pensar no adversário, temos de pensar em nós. Temos de competir de maneira diferente. Sentimos que no último encontro não competimos como queremos, tanto ofensiva como defensivamente. Temos o orgulho ferido e não é esta imagem que queremos dar. Temos uma oportunidade para reverter essa imagem, contra um adversário poderoso no continente africano, ganhou duas das últimas quatro Champions. Tem um bom treinador, tem jogadores dinâmicos… São tricampeões. Temos de fazer bem o nosso trabalho.”
Equaciona mudar estratégia por causa dos resultados?
“A palavra competir é muito ampla. No geral competir associamo-lo com o correr, a atitude, os duelos… E isso é muito importante para competir, sem isso é difícil, mas competir também é ter um plano de jogo de levá-lo a cabo. E quando nos afastamos dele estamos a competir mal. E não nos podemos permitir a isso. Falamos muito dos nossos erros. Falamos entre nós, sabemos entre nos equivocámos e não o podemos permitir. Não queremos passar pelo Mundial de Clubes com esta imagem. Sabemos que no Porto amanhã é um dia festivo, um dia importante para a cidade e queremos que a festa seja completa. Para isso temos de ganhar amanhã e dar-lhes essa alegria.”
AVB falou em vergonha e disse no final que queria ser campeão nacional…
“Desde que cheguei aqui conheci um presidente que dedica todo o seu tempo ao FC Porto, que está comprometido todo o dia, sem folgas, sem férias, sem horários… e nós também. Para nós o FC Porto é o mais importante que temos. É importante fazer autocrítica a nós mesmos, perceber o que não estamos a fazer bem, saber o que nos falta… É preciso dar o murro na mesa, mas temos de saber que murro queremos dar, não dar por dar. Estamos a trabalhar todo o dia para dar esse murro na próxima temporada, mas o primeiro murro tem de ser na partida de amanhã. Encontrei um clube onde todo o corpo técnico, jogadores e staff têm muito claro o que é o FC Porto. Se não temos a humildade de criticar-nos e ver-nos o que temos feito mal não vamos encontrar soluções. Uma palavra chave é humildade. Temos de ter humildade para perceber o que não estamos a fazer bem.”
Plantel tem características para este sistema?
“Sistema é uma palavra ampla. Não vejo o futebol por sistema, mas por modelo, essência. Num plantel muitos futebolísticas são capazes de fazer o necessário. A equipa melhora o indivíduo e não o contrário. É evidente que vamos ter que incorporar tarefas novas, jogadores que nos vão dar algo diferente em diferentes partidas. Mas como disse, o essencial é a próxima partida e só depois pensar no que me estás a perguntar.”
Jogadores confortáveis com o míster, mas adeptos deram passo atrás na confiança. O que lhes pode dizer para que acreditem?
“Creio que fui bem claro antes. Alargando o tema aos jogadores, nós como corpo técnico somos frontais, humanos, entender que trabalhamos com pessoas que também são futebolistas mas são pessoas. Queremos sacar o melhor deles e eles de nós. Não tenho problemas em dizer em que me estou a equivocar e tão pouco eles têm problemas em admitir ou saber o que estamos a fazer mal. Isso é uma relação de confiança, em que todos estamos juntos por um objetivo. Claro que cada um tem a sua carreira, o seu empresário, a sua rede social… O futebol hoje está feito para que cada jogador seja uma empresa por si só. Mas a equipa é a única coisa que importa, a equipa é o único jogador que importa. Por isso acabámos bem a Liga com 3 vitórias… Claro que falar de um monte de fatores que nos trouxeram a este Mundial não vale a pena, pois isso é falar de desculpas e eu não gosto de falar de desculpas. Como disse, sabemos o que há que fazer melhor e sabemos que o vamos fazer. E estamos todos alinhados atrás dessa ideia e desse propósito.”
O seu futuro depende deste jogo?
“Reconhecer se sou ou não capaz de fazer o meu trabalho, se sou ou não capaz de reverter ou não uma situação… É difícil ver-me rendido. Sinto-me tranquilo com o meu trabalho e do meu corpo técnico. Temos a consciência muito tranquila sobre darmos tudo pelo clube, sabemos o que nos falta, o que sabemos que temos de modificar para a próxima temporada.”