O inicio da partida entre o Sporting e o Casa Pia está agendado para as 20h30.
Rúben Amorim, treinador do Sporting, fez a habitual conferência de imprensa, que antecede o jogo com o Casa Pia, a contar para a 8.ª jornada da I Liga, agendado para amanhã, em Alvalade.
Do ponto de vista estratégico, o que esperar do Casa Pia? Novo treinador tem o mesmo sistema do Sporting. Fala-se muito na mudança de chip, faz sentido pensar nisso para este jogo?
“Essa mudança de chip começa a ser mais natural, os jogadores já sabem que para manter a nossa posição temos de ganhar. Tudo bem que ainda só houve um jogo europeu, mas os jogadores fizeram bem isso. Foi uma viagem fora, um jogo intenso, e o nosso foco foi recuperar e dar a parte tática. Vamos jogar sistema contra sistema e temos muitas horas disso. Temos dúvidas em alguns jogadores do Casa Pia e isso pode mudar as caraterísticas, mas a forma global do Casa Pia jogar já estamos habituados. Temos de ter imaginação para criar problemas a um bloco mais baixo. É uma equipa que poderá ter a bola parada com os três centrais. Cassiano na frente poderá ser perigoso, Nuno Moreira já foi nosso jogador… O bom do sistema contra sistema é que já estamos habituados às referências, estamos preparados”.
Como está Diomande? Falta de centrais preocupa-o?
“Ninguém gosta de empatar. Senti que os jogadores sentiram o resultado, estavam habituados sempre a ganhar. Ousmane vai estar parado durante umas semanas, nem irá à seleção. O Quaresma ainda não curou bem, o Inácio também está com algo muito chato. Vamos ver amanhã. Não temos muitas soluções e, se conseguirem, terão de fazer o sacrifício. Teremos 11 jogadores. Ousmane está claramente fora, Matheus Reis está fora, sobra pouca gente. Temos Fresneda, Esgaio, jogadores da equipa B e estaremos preparados para o jogo”.
Jogo com o PSV foi um abre olhos, por se dizer que o Sporting tem estado muito melhor do que os adversários?
“Para mim de certeza que não foi. Há jogos que não estamos tão bem. Estamos em 1.º lugar, mas não interessa o que os outros fazem. Os jogos de Champions são todos difíceis, o Lille ganhou ao Real Madrid e provou isso esta semana. Temos de ver tudo o que temos de melhorar para o próximo jogo”.
Ausências para amanhã… Portugal, neste momento, está em 1.º no ranking das competições europeias. Opinião?
“É sinal que temos tido bons resultados, estamos a fazer bem o nosso trabalho. Claro que depois o calendário pode complicar, isto é muito longo. O que digo para a minha equipa é o que quero para as equipas portuguesas, mas ainda há um longo caminho para manter esse lugar. Ausências? Certos: Matheus Reis, St. Juste, Diomande, Edwards e Pote. O resto ainda vamos gerir, vamos levá-los mas temos de ver em que condições estão”.
Benfica parece ter ganhado nova vida com chegada de Lage. Isso traz pressão ao Sporting?
“Temos de olhar para o que temos de fazer, melhorar relativamente ao que fizemos no último jogo. Já sabemos que, cada vez mais, temos de fazer um enorme número de pontos. Isso não vai mudar, este ano ainda vai ser pior. Isso não muda nada, cada um faz o seu caminho. Estamos em 1.º, queremos manter e pensar no Casa Pia. Fazendo isso, podemos dormir descansados uma semana e depois voltamos ao trabalho”.
Quem é o principal culpado pelos escorregões dos jogadores do Sporting em Eindhoven? Gyökeres foi muito criticado pela exibição, por não ter marcado. Que reação espera dele?
“As coisas hoje em dia são vistas com muita intensidade. Estão sempre a perguntar-me se o Viktor vai embora, se vai ser vendido. Quanto mais sobe, maior a queda. O que o Viktor tem de fazer é não ler nada, nem num bom nem num mau dia. Acho que ainda é o melhor marcador. A semana passada era o avançado com mais ações defensivas e isso alegra-me muito. Não teve um dia tão bom, tal como outros jogadores não tiveram. O que espero é que marque golos com o Casa Pia. Botas? Quando há estes casos, sou eu que os começo. O Morita não escorregou nenhuma vez e tinha borracha. Quaresma escorregou isolado e tinha alumínio. Fui fazer a avaliação e não teve ligação. Podem dizer que não houve a adaptação ao relvado. Enquanto pensar que precisamos de um treino extra para a equipa estar confortável, vamos abdicar da adaptação ao relvado. Se isso for um problema, a culpa será minha. Não há relação entre as botas [e o escorregar]. Houve jogadores que usaram borracha e não escorregaram e outros com alumínio que escorregaram. Não vou obrigar os jogadores a jogar com o que quer que seja. O Nuno Santos nunca usa de alumínio e já teve duas roturas de ligamentos. Não vou dizer o que devem fazer porque depois a culpa é minha. Se acho que é importante? Acho. Parte tática ou adaptação ao relvado? Escolho a parte tática, acho que é mais importante. Vamos tentar não escorregar esta semana, principalmente frente ao Sturm Graz. Acho que isso teve muita influência no jogo e saímos prejudicados por isso. Não fizemos a adaptação por escolha do treinador”.
Importância de ganhar antes da paragem das seleções. Com o ‘renascer’ do Benfica e do FC Porto, isto ganha mais importância? Quem pode ocupar o lugar na frente no Sporting, Maxi ou Harder?
“Vamos ver, isso muda a abordagem do jogo. Jogando na mesma posição, jogam de forma totalmente diferente, mesmo nos apoios tem muita influência. Paragem? Temos sempre de ganhar. Antes do jogo com o PSV, toda a gente dizia que o Sporting não ia perder o campeonato. Agora dizemos que Benfica e FC Porto estão melhores. Têm excelentes treinadores, são grandes equipas e nós continuamos aqui também”.
Fresneda ainda não se conseguiu afirmar na equipa e o Rúben já disse que está a ser trabalhado para central. Está preparado, quem sabe, para amanhã? Casa Pia é uma equipa especial para o Rúben, foi onde começou. Desse tempo para agora, ainda é o mesmo Rúben?
“Acho que superou as expectativas que tinha desde aí. Lembro-me de tudo. Das pessoas, do momento, das dificuldades que me ajudaram a chegar aqui. Dos jogadores, do primeiro treino, da falta de água, do processo que tive. Sou uma pessoa completamente diferente pelas vivências, sou mais experiente. Mas como me lembro de tudo, sei que de um dia para o outro podemos voltar para trás. Não quero voltar para trás. Recordo isso com muita felicidade, mas por isso é que trabalho todos os dias para não dar passos atrás. Fresneda é uma adaptação diferente, era um lateral. Não tendo aquela fisionomia de central, acho que se enquadra muito bem na posição. É muito rápido, forte no um para um. Acho que é perfeito em alguns jogos para aquela posição. Tem de se habituar a construir naquela posição. Está preparado para jogar amanhã. Lembro-me que o Ugarte demorou seis meses para jogar e passado um ano estava a ser vendido para o PSG. Há jogadores que levam mais tempo, mas a lesão deste e daquele podem trazer uma oportunidade”.
Rúben já tinha avisado que o Sporting ia ter desafios diferentes na Champions. No campeonato, contra o FC Porto, o Sporting esteve bem, contra o Lille também. O que há de tão diferente entre jogos na liga e na Liga dos Campeões?
“Não queria falar disso. O Benfica está no mesmo campeonato e vocês elogiaram muito. Temos um estilo de jogo que é sair com a bola de trás, e isso tornou tudo muito intenso de início. Houve situações em que empurrámos o PSV, mas eles pressionam a toda a hora e o jogo é mais rápido. Tentamos levar o jogo assim. Claro que temos de melhorar nesse aspeto, na construção, porque passamos o tempo todo aqui a fazer uma construção calma e com estas equipas, a pressão delas é muito alta. Vamos descobrindo coisas. O Dani foi um terceiro médio que entrou e tivemos logo muito mais bola, criou superioridade. Há coisas que acontecem na vida de um treinador que nos fazem descobrir certas coisas. Houve lances em que perdemos a bola a construir junto da baliza. Não posso abdicar da ideia da Europa para depois darmos passos atrás, temos de arriscar um bocadinho. Ganhámos um, empatámos outro. Não é perfeito, não é uma desgraça. Posse de bola é relativa, mas queremos melhorar esse aspeto porque criamos mais perigo com mais bola”.
É possível fazer um corredor esquerdo com Maxi e Harder, ou Maxi ainda não dá toda essa estabilidade na ala?
“Gostei muito da forma como o Maxi entrou frente ao PSV, mas o jogo estava muito partido. Entrou bem, intenso, acompanhou o Bakayoko. Está preparado. Podem jogar os dois no mesmo corredor, vamos ver amanhã. O Maxi está cada vez mais preparado. Pode claramente jogar e pode claramente jogar com o Harder”.
Veja no vídeo a seguir a conferência de imprensa completa: