FC Porto desloca-se amanhã a Moreira de Cónegos para o jogo da 4ªeliminatória da Taça de Portugal, a ter início às 17h00
O que esperar deste encontro?
“Um encontro com grau de dificuldade elevado. Como disse não perdeu em casa no passado recente, são praticamente seis ou sete jogos. Num deles jogo com um rival nosso, que teve dificuldades de passar. Mas será sempre diferente do da Taça da Liga, apesar de em estrutura não esperar muita alteração. Mas os onzes serão diferentes. O momento é outro, o contexto é outro, estarão perante os seus adeptos. Mas nós temos vontade de voltar a ganhar, voltar ao que é nosso. Com essa vontade, com boas sensações para nos reerguermos, para passar uma fase que não é a melhor. Não há que o esconder, o futebol é assim. É um jogo a eliminar, temos vontade de fazer o mesmo e seguir em frente na prova”
A contestação dos adeptos após a derrota no clássico teve algum impacto?
“Obviamente que impacto tem. Deixa sempre mossa. É uma agonia como sentimento, mas no treino as crenças estão lá após uma derrota que doeu. Olho para essas questões da contestação, gosto de ser prático. Acredito que somos resultado de 20% do que nos acontece e 80% da forma como reagimos. Identificámos os problemas do jogo com o Benfica, procurámos soluções, sempre assentes no que são as nossas convições. Não me vou desviar disso. Os adeptos são soberanos, são o motor do clube, têm espaço e devem manifestar-se. Se concordo com a forma como o fazem, é outra questão. É preciso não esquecer o perfil, a média de idades, os jogadores que temos. Ainda esta semana tivemos um jogador que depois do treino da manhã foi ter aulas da parte da tarde. São miúdos em idade precoce, se isso influencia ou não, se calhar é uma forma de ganhar precocemente alguma astúcia, de reagir perante a adversidade. Só o tempo dirá, se terá consequência positivas ou não. Mas eu estou aqui há oito anos, não estou há um. Conheço os atalhos todos da casa. Todos! E alguma cosia que sai por conveniência e por interesse particular, tambem percebo…”
Segue-se um ciclo de 8 jogos de três em três dias. De que forma isso pode afetar o rendimento da equipa? Depois do jogo com o United e o SC Braga confessou que tinham sido dias difíceis, e pós-Benfica, como foi?
“Após o Manchester pudemos atacar logo com um jogo; depois do Benfica andámos aqui 12 dias a pensar no jogo. Por muito queiramos falar da densidade de jogos, não podemos fugir dessa questão, jogar de três em três dias não é fácil, não podemos escamotear isso, competirmos em condições diferentes do nosso adversário. Estamos a falar de menos um dia, mais uma viagem em cima, são factos que estão lá, não podemos negar. Em relação à ‘dor’ do Benfica, foi mais prolongada porque não tivemos competição no imediato, tivemos de recorrer a fermentas internas, trabalhámos muito com os jogadores, andar em cima dos porquês, das coisas que aconteceram. Quem são as grandes referências do FC Porto agora? É difícl, isso nasce com o tempo. O meu papel é fazer entranhar o que é ser Porto, a mística, a raça, é isso que o adepto quer ver no campo. Batemos muito em cima disso esta manhã porque a essência do FC Porto não se pode perder.”
Vem aí um jogo importante para a Liga Europa. Que margem é que tem para rodar a equipa neste jogo frente ao Moreirense?
“O onze que se pode esperar é o melhor, com zero reservas ou gestão a pensar no que vem a seguir. Os que vieram das seleções vieram em ótimas condições. Há um caso que vamos ver como está. O Nico [González] anda há um mês com um problema num pé que o limita nos treinos, temos de fazer uma gestão muito cuidada da sua condição física. São tudo condicionantes que temos de ter em conta, mas vai jogar quem estiver em melhores condições. É perceber um ou outro caso que pode precisar de um cuidado especial na questão física.”
Grujic e Gul estão aptos para ir a jogo?
“Estão fora”
Este jogo é uma boa oportunidade para lançar Navarro?
“Eu disse que ele merecia cada cêntimo que auferia. Não é pelo facto de não jogar que não pode ser um excelente profissional. Temos de dar valor aos que chegam ao treino e têm um rendimento permanente. É um rosto menos visível mas se calhar contribui para o Samu e outros andarem em rendimento alto. Depende do momento jogo e da estratégia.”
Há jogadores que foram perdem espaço ao longo da época. Porquê?
“É uma questão de opção técnica, única e simplesmente.”
Está para breve o regresso de Marcano? Que importância pode ter um jogador como ele?
“Mesmo não jogando é decisivo no balneário. No treino de ontem comentei que basta sentir da presença dele no treino, é tudo diferente. Porque comunica, porque agarra, porque lidera, porque aglutina, porque incentiva… Esses jogadores são decisivos no plantel. Mesmo não jogando, a forma como acrescenta valor é de verdadeiro capitão. Será decisivo no que falta do campeonato. Jogando ou não jogando”
Como a saída do estádio após o jogo com o Benfica? Difícil?
“Percebo a curiosidade. Primeiro ponto: conheço os atalhos todos da casa. Não faz sentido desperdiçar o meu tempo aqui. Não fugindo a questões. Mas não ia de cabeça de fora a perceber se bateram ou não no carro. Nessa noite estava nevoeiro… Mas o que digo é que o que saiu na imprensa foi empolado. Danos na viatura? Zero! Como querem passar a mensagem, com que interesse querem fazê-lo… Desperdiço zero da minha energia com aquilo que não controlo. O que quero é ir a jogo amanhã, entrar forte, ser muito Porto e trazer para casa mais uma vitória que nos apure para a próxima eliminatória da Taça. Ponto final. Insatisfação dos adeptos, problema nenhum. Podem manifestar-se, mas agora como já posso concordar ou não. Fica ao critério de cada um.”