Treinador dos Dragões fez a antevisão ao jogo frente ao Famalicão e abordou as mais recentes polémicas…
Quarto jogo entre FC Porto e Famalicão esta temporada, com a particularidade dos dois últimos terem sido num passado recente. Acredita que ainda há espaço para as equipas se surpreenderem?
“Os jogos são todos diferentes. O que sei é que às vezes, mudando um jogador torna a dinâmica diferente. Sei que no Famalicão um ou outro jogador não poderá estar, e vai ser diferente com certeza. Cada jogo tem a sua história e depois depende do que fizermos e permitirmos ao adversário fazer dentro dos diferentes momentos de jogo. Em termos gerais, é isso.”
FC Porto já esteve a 10 pontos do Benfica, a duas jornadas do fim está a quatro e não depende de si próprio. Isto pode desmoralizar a equipa ou dá mais força?
“Nem uma coisa nem outra. O que fazemos é trabalhar no máximo diariamente e perceber que se o Benfica está à nossa frente e depende só dele, alguma coisa não fizemos tão bem. Temos de nos focar no nosso trabalho, que foi preparar a equipa para ir a Famalicão amanhã tentar ganhar o jogo, mas aquilo que é o ambiente e esse diferença em termos de pontos, não nos tem que dar mais ou menos motivação para o jogo”.
Dentro de campo há rivalidade saudável entre FC Porto e Famalicão. Os jogos têm sido bastante competitivos. Neste jogo, que é fundamental para o FC Porto, espera novamente um jogo decidido nos pormenores?
“Estamos a duas jornadas do fim e os jogos são todos importantes e fundamentais. Mesmo para clubes que não estejam a lutar ou pela manutenção ou por ida à Europa ou até por serem campeões… O Marítimo-Vizela de hoje tem o seu peso para o Marítimo e também terá para o Vizela. Terá influência na manutenção e no título, porque depois o Santa Clara irá jogar à Luz… Mesmo os clubes que estão tranquilos, nunca estão tranquilos. O Casa Pia contra o Benfica fez sete faltas e contra nós fez 18, e foi uma equipa que veio tranquila ao Dragão. No primeiro pontapé de baliza foram cerca de 22 segundos que o guarda-redes demorou, e é uma equipa tranquila. As equipas todas querem ganhar, todas têm equipas técnicas grandíssimas, grandíssimos jogadores, e todos querem ganhar os três pontos a duas jornadas do fim”.
Processos depois do jogo com o Casa Pia… Gesto que fez para o banco do Casa Pia foi alguma acusação?
“Essa abertura do processo é exatamente pelos comentadores do seu canal, da SIC e de mais alguns comentadores de diferentes canais, que passaram a semana toda a deduzir o que seria esse gesto. A insinuar que tenha sido algo. Abriu-se um processo porque comentadores do futebol, não de futebol, que alguns são ligados ao FC Porto, outros ao Benfica, outros ao Sporting, têm de ter o seu tacho ao fim do mês. Algo factual, escrito, e contrapondo também o relatório do árbitro, sem dúvida que isto é difícil compreender para mim, mas estou habituado ao lixo do futebol português, ao que é tóxico, onde eu sou a primeira figura para toda essa gente. Não é isso que me torna mais forte, mas cria-me mais um escudo e uma proteção para o que sou como pessoa e profissional. Era interessante era que esses comentadores… É difícil mudarmos isso. Não se perguntam do porquê daquele golo acontecer, do porquê de tirar o Fábio Cardoso e mexer no Uribe, de meter o Veron… O que implicou no momento defensivo, o que provocou no próprio jogo. Disso ninguém quer saber porque percebem muito pouco, e mesmo os que percebem não falam disso. Preferem falar do gesto, do gesticular, do meu olhar fulminante… De insinuar ou deduzir. Há algum comentário para o banco quando faço esse gesto? Sorri e fiz aquilo. Estava a receber uma proposta de duelo, e obviamente que a minha reação foi ir ao túnel buscar duas mini-balizas para fazer um um contra um. Eu disse: ‘Um duelo?’. Fixe, um contra um e vamos lá para dentro. Futebol não querem saber, pois não? O Mehdi acabou a ‘8’… Não vou falar de jornalismo porque não percebo. São perguntas pertinentes e interessantes, mas não são de futebol”.