Sérgio Conceição quebra o silêncio! A resposta a todas as polémicas

O treinador do FC Porto regressou às conferencias de imprensa depois de longo “blackout”…

Sérgio Conceição avisou logo que não ia fugir a nada e para além da antevisão ao jogo com o Estrela da Amadora respondeu aos temas polémicos que acompanharam as últimas semanas. Começando pela enorme polémica em torno das críticas de que foi alvo por parte de Rui Moreira:

“Não quero fugir a nada. Pelo respeito pela cidade que ele preside a que tanto devo e gosto, não devo responder. Ao vice-presidente do conselho superior, acho que há pessoas adequadas para o feito, nomeadamente o nosso presidente, e o doutor Lourenço Pinto. Ao adepto, há muitos que com certeza terão uma crítica mais agressiva, o adepto é o adepto. Como ele teve protagonismo, vou responder em público. A forma é enganadora, o meu passado é indelével, não se pode apagar, são 10 títulos, nos últimos 7 ganhei 5. Nestes 6 anos, entre receitas e gastos há um saldo positivo de mais de 600 milhões de euros. Estamos sempre sujeitos à crítica, e normalmente, os verdadeiros adeptos do FC Porto têm de perceber que estamos num ano difícil, passámos alguns anos sob alçada do fair-play financeiro, mas tivemos boas prestações na Europa o que fez com que tivessemos saído desse garrote. Estamos num ano difícil, os adeptos têm de ser inteligentes para perceber que num ano eleitoral há muita gente a querer posicionar-se. A minha mensagem é para o verdadeiro adepto, que acompanha a equipa, ao sol, ao vento, temos de estar juntos”

Sobre a polémica venda de Otávio ao Al Nassr de Luís Castro e Cristiano Ronaldo e o mercado de tranferências nos dragões, o treinador referiu:

“Alguns países ainda não fecharam [a janela de mercado], o que é extremamente prejudicial para as equipas de menor capacidade financeira. Não é normal chegar à véspera de um jogo e ter um jogador que vai sair. Vou falar do Otávio, melhor jogador do campeonato passado, super importante na equipa. Em relação ao mercado, os timings são o que são. Na 6ª feira, antes do jogo com o Farense, entrei numa clínica para fazer uma intervenção aos joelhos e saí sábado com o Otávio vendido. Saí do hospital diretamente para o Olival, não muito bem por causa da anestesia, mas foi difícil perder um jogador como ele. Vocês sabem a importância que ele tinha”

Ainda relativamente ao mercado de transferências, Conceição não fugiu ao tema João Moutinho:

“O presidente falou-me nessa situação, olhando não para o passado, parecia-me que estava em condições de nos ajudar. Falei com o João ao telefone e entretanto, com a saída do Otávio, houve que ajustar uma ou outra situação dentro do nosso plantel e esse timing não foi o melhor, até porque para essa posição temos o Baró, o Folha, o Varela, o Grujic e o Eustáquio… 6 jogadores para a posição que o Moutinho ocupa. Com a saída do Otávio houve situações a ajustar, tivemos de conversar dois ou três dias sobre entradas e saídas e o João optou por ir para Braga. Ele como o Pepe e outros fazem parte do ADN do clube”.

Veja aqui em detalhe as respostas a todas as questões desta longa conferência de regresso de Sérgio Conceição depois de 37 dias em silêncio, na conferência de imprensa de antevisão ao jogo da 5ª jornada da I Liga Betclic, onde o FC Porto visitar no Estrela da Amadora:

Que espera do encontro de amanhã?
“É um campo difícil, lembro-me como jogador da grande dificuldade que era a jogar contra o Estrela, mas temos de olhar para o momento, para a equipa atual, liderada pelo Sérgio, que tem feito um excelente trabalho. Levou a equipa da 2.ª liga à 1.ª. É uma equipa muito competente e a nós cabe-nos olhar para o que eles têm feito de bom, a organização defensiva, ofensiva, os esquemas táticos… Cabe-nos contrariar esse Estrela que vai estar motivado por jogar contra um candidato ao título. Sabemos que as equipas tendem a subir mais o nível e temos de estar preparados para isso.”

Está de regresso às conferências, tinha saudades?
“O treinador gosta de fazer a antevisão dos jogos, as conferências e a ‘flashs’, gosta de estar no banco. Gosto de treinar e das conferências. Havia algumas saudades.”

Que lhe tem parecido este FC Porto em termos exibicionais?
“Nós treinadores esperamos sempre mais. Houve momentos de grande brilhantismo nestes anos que cá estou e que achava que havia situações a melhorar. Procuramos o máximo, nos treinos e nos jogos. É verdade que ainda não perdemos, estamos em 1.º, mas sei que podemos e devemos fazer mais em termos de resultados. Mas estamos aqui para isso, para evoluir a equipa, para sermos competitivos e para no final da época fazermos as contas.”

Que lhe pareceu as críticas de Rui Moreira?
“Não quero fugir a nada. Pelo respeito pela cidade que ele preside, a que tanto devo e gosto, não devo responder. Ao vice-presidente do conselho superior, acho que há pessoas adequadas para o fazerem, nomeadamente o nosso presidente e o doutor Lourenço Pinto. Ao adepto: há muitos que com certeza terão uma crítica mais agressiva, o adepto é o adepto. Como ele [Rui Moreira] teve protagonismo, falou publicamente, vou responder em público. A forma como o fez é enganadora, o meu passado é indelével, não se pode apagar, são 10 títulos, nos últimos 7 anos ganhei 5. Nestes 6 anos, entre receitas e gastos há um saldo positivo de mais de 600 milhões de euros. Estamos sempre sujeitos à crítica, é normal, os verdadeiros adeptos do FC Porto têm de perceber que estamos num ano difícil, passámos alguns anos sob alçada do fair-play financeiro, mas tivemos boas prestações na Europa o que fez com que tivéssemos saído desse garrote. Estamos num ano difícil, os adeptos têm de ser inteligentes para perceber que num ano eleitoral há muita gente a querer posicionar-se. A minha mensagem é para o verdadeiro adepto, que acompanha a equipa, ao sol, ao vento, temos de estar juntos. Quando vejo um adepto criticar com a forma e o conteúdo que foi, não gostará desta grandíssima instituição.”

Que se passou no jogo da Supertaça, com a sua expulsão?
“Fui expulso, já passou. Fui castigado por isso, o importante é o Estrela da Amadora amanhã. Houve uma situação de uma possível não falta que pelos vistos foi falta para o árbitro. A expulsão foi feita a 20 ou 30 metros, não percebi para quem era, depois disseram que era para mim.”

Que comentário lhe merece o comentário de Carlos Xavier sobre Taremi?
“A crítica que interessa ao Taremi é dos colegas e da equipa técnica, que é sempre construtiva. É isso que me interessa a mim e ao Taremi.”

O tempo de descontos maior do que na época passada na sua opinião tem, resultado no que diz respeito ao tempo útil de jogo?
“A compensação é dada em relação ao que são as incidências do próprio jogo, por exemplo situações de VAR, entrada da equipa médica, substituições, etc. Acho que é justo, é o que toda a gente andava a pedir. Porque o tempo útil de jogo da nossa liga era dos mais baixos da Europa. Nós, FC Porto, temos tido como média de tempo de jogo cento e tal minutos, mas como equipa somos a que tem pior tempo útil. O que queremos é um ritmo alto, intensidade e é dificil. Se há 10 ou 20 minutos da compensação é preciso perceber quantos é que são jogados. Isto faz parte da nossa cultura, faz parte do que é o querer ganhar e cabe ao árbitro decidir se tem de se jogar mais algum minuto da compensação ou não. Nós, FC Porto, queremos acelerar o jogo, que decorra de forma natural e normal. Cabe a cada um de nós perceber o que está a acontecer.”

Que balanço faz do mercado?
“Alguns países ainda não fecharam [a janela de mercado], o que é extremamente prejudicial para as equipas de menor capacidade financeira. Não é normal chegar à véspera de um jogo e ter um jogador que vai sair. Vou falar do Otávio, melhor jogador do campeonato passado, super importante na equipa. Em relação ao mercado, os timings são o que são. Na 6ª feira, antes do jogo com o Farense, entrei numa clínica para fazer uma intervenção aos joelhos e saí sábado com o Otávio vendido. Saí do hospital diretamente para o Olival, não muito bem por causa da anestesia, mas foi difícil perder um jogador como ele. Vocês sabem a importância que ele tinha. Sobre o João Moutinho, e antes que me perguntem, o presidente falou-me nessa situação, olhando não para o passado, parecia-me que estava em condições de nos ajudar. Falei com o João ao telefone e entretanto, com a saída do Otávio, houve que ajustar uma ou outra situação dentro do nosso plantel e esse timing não foi o melhor, até porque para essa posição temos o Baró, o Folha, o Varela, o Grujic e o Eustáquio… 6 jogadores para a posição que o Moutinho ocupa. Com a saída do Otávio houve situações a ajustar, tivemos de conversar dois ou três dias sobre entradas e saídas e o João optou por ir para Braga. Ele como o Pepe e outros fazem parte do ADN do clube.”

O FC Porto teve poucos internacionais fora. Foi bom para poder trabalhar a equipa?
“Deu para trabalhar, o importante foi o trabalho que se fez aqui, a pensar no Estrela, o nosso foco foi melhorar. A ideia foi preparar a equipa da melhor forma para ganhar jogos.

Tem alguma dose de arrependimento em relação a atitudes e à forma como em alguns momentos reagiu em campo?
“É uma excelente questão. Digo o que sinto, senão prefiro não dizer, sou genuíno. Olhando para o que fiz, na altura – de forma fria mudaria alguns comportamentos – mas naquele momento fui o que fui, amanhã serei o que serei. A minha vida sempre foi de luta, os outros não gostam de perder como eu não gosto, mas alguns sentem de forma diferente. Isso justifica tudo? Obviamente que não. Atenua aqui e ali, há coisas a melhorar, mas é neste processo em que sou apaixonado pela vida que procuro ser melhor hoje do que fui ontem. E aceito de bom grado essa evolução pessoal e profissional.”

Que comentário lhe merecem as atuações do VAR e a divulgação de alguns áudios?
“Tenho de ter muito cuidado a falar de arbitragem. Vou dar um exemplo: houve uma antevisão a um jogo, em que me falaram de um possível anti-jogo, o Lito Vidigal era o treinador do Marítimo. Não é que nesse jogo houve 10 minutos de compensação? Eu tive um processo porque antes do jogo falei em 10 minutos. Acho importante toda a gente contribuir para o trabalho do árbitro, que é difícil. Custa mais compreender os erros cometidos pelo VAR, está confortavelmente tranquilo para tomar boas decisões e elas não têm existido. Mas é uma fase que espero que passe, não é uma boa imagem para o futebol português.”

Jogadores que saem do banco têm sido decisivos. Conta fazer alterações no onze?
“Os jogadores conhecem muito bem o que nós queremos para os diferentes jogos. Mesmo blindando o balneário, as informações chegam cá dentro, fala-se de mercado, do que se passa lá fora… Dou sempre mais minutos aos jogadores que conhecem o nosso processo de treino. Quando falamos na qualidade dos planteis, das equipas tenicas, não há jogos fáceis. Os que ficaram nos quatro primeiros lugares no ano passado já perderam pontos esta época, isto quer dizer que temos uma liga em que temos de falar mais disto do que do que falámos anteriormente. No início da época prefiro dar minutos aos que cá estão há mais tempo, conhecem a equipa, salvo raras exceções, como foram os casos do Marchesine e do Uribe, que achei que eram capazes de entrar na equipa.

Este plantel é mais equilibrado? Dá-lhe mais soluções?
“Tentámos fazê-lo, dentro das possibilidades do clube. Sobre o Francisco [Conceição], houve muita gente que não compreendeu a sua contratação. O Francisco é muito válido no que é o seu jogo, a desequilibrar, é irrevente. Veio a custo zero, é um jogador que conhece a casa, veio da formação. O que tentámos foi equilibrar o plantel para termos soluções para os muitos jogos que vamos ter, vamos precisar de toda a gente. O Francisco conhece o clube e a cidade, ama o clube e a cidade, veio a custo zero. Digo isto porque pareceu-me haver alguma polémica em torno de um jogador que nos pode ajudar muito esta época.”

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