Debate em França reacende a hipótese de um colapso à la 1996. Especialistas recordam Miguel Induráin e alertam que o percurso do Tour de France 2026 pode expor fragilidades.
O aviso de 1996 que paira sobre 2026
Quase trinta anos depois, o Tour de France revisita a memória de 1996. Miguel Induráin, então pentacampeão, parecia imparável. Quebrou nos Alpes, perdeu minutos decisivos e viu a era dourada terminar nos Pirenéus. Em França, cresce a ideia de que Tadej Pogacar, dominador do ciclismo moderno, pode enfrentar um cenário semelhante em 2026.
Pogacar favorito, mas não intocável
A apresentação do percurso dividiu opiniões. Há quem veja um traçado que favorece Pogacar. Outros sublinham armadilhas acumuladas de alta montanha que testam a resistência no limite. O argumento central é simples, por mais forte que seja o líder, o Tour pune qualquer dia mau.
“Não se desenha para travar Pogacar, desenha-se para o desafiar”
Para Jérôme Pineau, ex-profissional e diretor desportivo, o Tour serve para identificar quem consegue derrotar o esloveno. O objetivo é o teste total, físico e mental. A comparação com Induráin surge como lembrete de que o desgaste acumulado pode aparecer quando menos se espera.
O precedente do Col de la Loze
Pogacar já sofreu no Tour. Em 2023, no Col de la Loze, perdeu tempo e opções perante Jonas Vingegaard. Analistas franceses lembram esse episódio como prova de que, sem uma equipa afinada e sem margem confortável, até um fenómeno pode vacilar nos grandes colossos alpinos ou pirenaicos.
Margem de segurança ou risco até Paris
A leitura dominante é prudente. Se Tadej Pogacar não chegar à última semana com três a cinco minutos de vantagem, o “efeito Induráin” deixa de ser apenas memória. Um dia mau, uma quebra de apoio coletivo, um erro tático, tudo pode reabrir a luta pelo amarelo.
Hierarquia interna em teste
O poder do UAE Team Emirates será escrutinado. Saídas e novas ambições no grupo podem mexer no equilíbrio de forças. Manter disciplina tática e proteção nas etapas-chave volta a ser tão importante como a superioridade individual do líder.
E se Pogacar nem sequer alinhar no Tour de França 20206?
Tadej Pogacar poderá não alinhar no Tour de França de 2026. A hipótese ganhou força após Patrick Evenepoel, pai e treinador de Remco Evenepoel, ter admitido que o líder da UAE pode focar a temporada em Giro de Itália e Vuelta. A leitura nasce de conversas dentro do pelotão e de um calendário que o esloveno ainda não confirmou.
Entre a história e o presente
O Tour de France 2026 parte com Pogacar como favorito claro. Ainda assim, a sombra de 1996 paira sobre o pelotão. A lição é antiga, mas continua atual, no Tour ninguém é invencível e a montanha não perdoa.






